04/02/09 10h26

Exportações do país sobem em janeiro, diz Goldman

Valor Econômico - 04/02/2009

As commodities brasileiras minério de ferro, aço e celulose apresentaram recuperação em suas vendas no mês de janeiro. Em relatório, o banco Goldman Sachs destaca que esta performance indica o fim do declínio das exportações de minério de ferro após o pico de maio de 2008. As exportações do produto cresceram 27% em janeiro na comparação com dezembro, somando 17,5 milhões de toneladas ante 13,8 milhões. As vendas de aço subiram 27% na mesma base de comparação, com destaque para os laminados que avançaram 70%. Os embarques de papel e celulose tiveram a maior expansão em janeiro, de 35% sobre dezembro, alcançando 738 mil toneladas do produto, ante 548 mil. O relatório destaca, porém, que na base de comparação anual ocorreu recuperação apenas das vendas externas de celulose, que subiram 28% sobre janeiro de 2008. Já as exportações de minério de ferro, quando comparadas com um ano atrás, tiveram queda de 29%, abaixo da média dos embarques mensais de 2008, de 23,5 milhões. Marcelo Aguiar, analista do Goldman, prevê que as vendas de minério de ferro retomem este patamar somente a partir do segundo trimestre. A queda dos volumes de vendas de aço em relação ao mesmo mês de 2008 foi de 56%, maior que a do minério de ferro. O semiacabado registrou retração de 61% nesta base de comparação e os laminados, de menos 45%. Aguiar avalia que a recuperação dos embarques de minério é positiva para a Vale, que em dezembro sofreu uma depressão em seus embarques do produto. O processo de desestocagem de minério dos produtores de aço chineses também está no fim, na China e está bem encaminhado na Europa. No ano passado, a China respondeu por 34% das vendas de minério de ferro, contra 28% para à Europa. Para o analista, a melhoria do cenário de embarque de minério ajuda a performance das ações da mineradora brasileira. O Goldman projeta exportações de minério em 52,5 milhões de toneladas no primeiro trimestre, ante 58,4 milhões no quarto trimestre, ou 10% menos. Entre o quarto e o terceiro trimestre, o recuo foi de 21%. A performance das vendas de celulose foi a mais elevada desde julho de 2008. Aguiar estima que se os embarques de janeiro se repetirem em fevereiro e março, os embarques até o fim do trimestre, segundo previsão das empresas do setor - Aracruz, VCP e Suzano - poderão somar 2,2 milhões de toneladas ante 1,8 milhão no último trimestre do ano.