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Exportadoras ainda não vêem estragos com recuo na cotação de matéria-prima

Folha de S. Paulo - 21/08/2007

As indústrias produtoras de commodities acompanham com atenção a alta dos preços provocada pela crise dos mercados financeiros internacionais, mas dizem não acreditar ainda numa freada brusca da demanda mundial nem cogitam, por enquanto, congelar investimentos. A Vale do Rio Doce diz que trabalha com cenários de longo prazo e não fará nenhuma alteração em seus planos de investimento e de captação de recursos por causa da volatilidade dos mercados. A companhia projeta investimentos de US$ 6,3 bilhões neste ano. A cotação do níquel, novo grande foco de atuação da mineradora com a aquisição da Inco, caiu 18,5% desde o início da turbulência, no final de julho, até a última sexta-feira. O empresário Eike Batista, presidente da mineradora MMX, disse que a queda dos preços das commodities ocorre por causa de um movimento de especulação, sem lastro com a economia real, cujo crescimento continuará forte. A CSN afirmou que acompanha os desdobramentos da crise, mas não prevê retardar investimentos. Estão previstos R$ 12 bilhões (US$ 6,4 bilhões) em duas novas usinas siderúrgicas e na ampliação da extração de minério da mina de Casa de Pedra. Desde o início da turbulência, as placas de aço já se desvalorizaram em 10,9%. Paulo Camillo Penna, presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), disse que, se a crise perdurar, pode afetar a expansão da economia mundial e rebater nas exportações brasileiras -21% do saldo comercial está atrelado a produtos minerais (minério de ferro e petróleo especialmente).