23/09/10 15h59

Faber-Castell estuda maquiagem para jovens

Valor Econômico – 23/09/10

A Faber-Castell, como em outras fases de sua história de dois séculos e meio, precisa, mais uma vez, se reiventar, ir além da infância de seus consumidores. O novo foco é atingir a faixa dos 14 aos 20 anos. E o desenvolvimento de cosméticos da marca poderá ser o próximo passo nessa direção. "A Faber-Castell não é apenas uma marca de produtos para a escola. Estrategicamente é muito importante tirar essa visão da empresa, que tem que passar a ser uma marca para a vida das pessoas", diz o presidente mundial da companhia, o conde Anton Wolfgang von Faber-Castell. "Temos um gap entre 14 e 20 anos. Ainda não tínhamos nos focado nessa faixa. É algo que estamos perdendo", observa o executivo.

Há cerca de um ano, a empresa discute o lançamento de uma linha de cosméticos para adolescentes com a marca Faber Castell. Atualmente, a companhia atua no segmento fornecendo produtos, como sombras e lápis para contornar olhos e boca, para grandes marcas de cosméticos. A Faber também sugere o design dos produtos aos clientes, cujos nomes prefere não revelar. Essa divisão tem unidades produtivas apenas no Brasil e na Alemanha. A empresa não divulga os resultados da área de cosméticos, mas no ano fiscal terminado em março, o segmento cresceu 2% no mundo, sendo que "o sucesso dos negócios no Brasil" foi um dos responsáveis pelo resultado.

Até hoje a Faber não colocou sua marca em itens de maquiagem porque avalia que poderia não ser bem aceita. "É uma questão de imagem. Nossos clientes nem gostam que seja divulgado que produzimos para eles, porque o consumidor final tem que ter a ideia de que o produto é feito pela própria marca. Já os jovens querem pagar menos, gostam de cores, que são nosso forte, e não se importam tanto com a questão da marca (tradicional)", diz a diretora-executiva de marketing de cosméticos da Faber-Castell, Sabine Stadlbauer.

No Brasil, a área de cosméticos da empresa emprega 200 pessoas e a produção é feita em São Carlos (SP). Mas isso deve mudar. "Devemos crescer no país. Se definirmos mesmo sobre a nova linha, provavelmente o Brasil estará à frente de nossas decisões", diz Sabine. O Brasil já é um dos principais mercados para a empresa no mundo. Ao todo, os negócios brasileiros da Faber-Castell representam cerca de 35% do faturamento global. No ano fiscal terminado em março, o resultado da subsidiária alcançou R$ 408 milhões (US$ 233,1 milhões) e deve crescer 7% no ano corrente.