05/01/11 10h33

Fabricante de equipamento hospitalar quer exportar mais

DCI

A primeira década do século XXI foi o grande marco para o mercado brasileiro de equipamentos hospitalares no que diz respeito tanto à conquista da independência da produção nacional quanto à participação dos fabricantes locais no mercado global de fornecimento de equipamentos e tecnologias voltados à saúde. E o ano de 2011 deverá seguir a tendência de crescimento, com ênfase no incremento das exportações do setor, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório (Abimo).

Apesar de ainda manter um déficit na balança comercial, o mercado nacional de equipamentos para hospitais tem galgado a largos passos um equilíbrio entre importações e exportações, e em 2010 as vendas ao exterior foram 11% maiores que em 2009, fechando em US$ 640 milhões. O principal fator da manutenção deste déficit é a demanda nacional por equipamentos de alto valor agregado, segundo Tarso Evangelista, coordenador de Inteligência de Mercado da Abimo. "O País ainda depende de equipamentos de que a indústria local não dispõe", afirma.

A indústria nacional ainda tem um grande revés a enfrentar, que é a capacidade produtiva. Atualmente, os fabricantes locais atendem apenas 90% da demanda nacional de um hospital nos padrões atuais. Por outro lado, segundo a Abimo, os fabricantes têm empenhado os maiores esforços da história do setor para reverter o cenário deficitário do País. "O ano de 2010 foi um recorde de exportações", explica Evangelista. "Desde 2007 o mercado nacional tem visto um crescimento de 9% a 11% nas exportações."

A estabilidade é representativa de uma maior maturidade no mercado nacional, segundo Evangelista. As taxas de crescimento já foram maiores, como nos anos de 2004 e 2005, quando o avanço médio beirava os 18%. Por outro lado, o volume de vendas ainda não era comparável ao dos fabricantes nacionais como Fanen e Life Med - duas das principais fabricantes nacionais, que concorrem um mercado bastante acirrado com as multinacionais General Electric (GE), Philips e a norte-americana Becton, Dickinson and Company (BD), que também têm fabricação no Brasil.

Em 2005 exportava-se cerca de US$ 250 milhões, segundo Evangelista. Mas o principal dado nos últimos 10 anos é que a indústria nacional se preocupou com mais ênfase em amenizar o descompasso da balança comercial no setor de equipamentos hospitalares. Parte dos esforços institucionais, o executivo da entidade que reúne 298 empresas atribui a eventos e feiras internacionais dos quais os players nacionais têm participado.

Evangelista cita como exemplo uma parceria entre a Abimo e a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que recentemente promoveu o encontro de 55 fabricantes nacionais com parceiros de negócios numa feira na Alemanha. O encontro gerou a prospecção de US$ 35 milhões de negócios para este ano. A feira "Medica" é reconhecida pelo mercado como a maior plataforma mundial de exposição de novas tecnologias para a saúde.