01/08/08 16h34

Fabricantes de jatos executivos prevêem duplicação do mercado

Valor Econômico - 01/08/2008

Em dez anos, a frota da aviação executiva mundial vai dobrar de tamanho. Previsões da Embraer, quarta maior fabricante de jatos do mundo, indicam que até lá serão entregues 13,15 mil aeronaves por todos os fabricantes, número que se iguala à frota atual, de 13 mil em todo o planeta. A participação da América Latina, que detém hoje 7% das aeronaves desse segmento em circulação, vai aumentar, segundo prevê o vice-presidente da Embraer para o mercado de aviação executiva, Luis Carlos Affonso. O volume de negócios dessa área no mercado latino-americano deverá passar dos US$ 7 bilhões em dez anos. A demanda nesse setor aumenta por uma soma de fatores. Um dos mais fortes é a desvalorização da moeda americana. Outra razão do aquecimento verificado nesse segmento é o enriquecimento individual dos clientes. Por isso, o Oriente Médio tem sido um dos mercados onde a demanda por jatos desse modelo mais cresce. Pesa, também, argumentam os executivos do setor, o incremento de atividades como construção e mineração, que exigem deslocamento rápido e preciso dos que comandam as grandes companhias. Mas hoje, o crescimento da venda de aeronaves executivas avança também como reflexo dos transtornos que a falta de infra-estrutura aeroportuária provoca na aviação comercial. A Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) estima que a frota de aviões executivos no país vai crescer, em média, 10% por ano. Isso elevará a frota atual - incluindo helicópteros - dos atuais 1.650 para quase 2 mil unidades daqui a dois anos. As dimensões do território brasileiro, com o crescimento de novos pólos econômicos no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, também colaboram para a expansão desse segmento. A aviação comercial atende 140 dos 5,5 mil municípios brasileiros. Os executivos do setor estimam que pelo menos em mais de 2 mil cidades há algum tipo de pista de pouso.