Fabricantes inauguram lojas para fortalecer marca e ampliar ganho

Valor Econômico

Para ficar mais perto das consumidoras, fortalecer a marca e ampliar os ganhos, as fabricantes de lingerie apostam em canais de venda próprios. A Valisère vai estrear, em setembro, sua primeira loja conceito. Com 240 metros quadrados de área, a unidade vai ser instalada na Rua Oscar Freire, em São Paulo. Na composição do mix, além de itens de lingerie exclusivos, a rede vai vender cosméticos, camisolas e pijamas e moda praia da marca Cia Marítima. Na primeira fase, estão previstas lojas em Belo Horizonte, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A Hope também aposta na expansão da sua rede de lojas em 2010. Em dezembro de 2005, a fabricante de moda íntima estreou com a primeira loja exclusiva. A partir daí, foram sendo inauguradas as franquias que hoje somam 39, quatro delas no exterior. De acordo com Sandra Chayo, diretora de marketing da empresa, a intenção é atingir 55 pontos de venda com a marca Hope em 2010. Além de ampliar a rede no Brasil, o mercado de Portugal, que já tem duas lojas da marca, deve ganhar um novo ponto de venda.

Apesar de estreante no modelo de negócio, o plano da Valisère é agressivo: chegar ao final de 2010 com 30 pontos de venda. De acordo com Benny Rosset, diretor de marketing e comercial da Valisère, em cinco anos, a meta é alcançar 300 pontos de venda. Os produtos são todos fabricados no Brasil. Benny diz que apesar da estratégia de abrir linha de lojas próprias, a Valisère também está trabalhando para ampliar a base de clientes nos canais tradicionais de varejo. A estratégia para ganhar participação de mercado foi rever processos produtivos e enxugar o preço final da peça.

"Conseguimos entregar um produto com custo 30% mais baixo", conta Rosset. A redução foi essencial para competir na classe C em que a Valisère oferece produtos de entrada. De acordo com ele, o foco da marca é a consumidora das classes A e B, mas há preocupação em atender todas as faixas. "Todos os momentos em que a mulher pensar em comprar lingerie, ela pode encontrar uma opção Valisère", diz. A retomada da fabricação do primeiro sutiã, para meninas de 10 a 12 anos, se encaixa nesta estratégia de atender a uma gama variada de públicos.

Para sustentar o crescimento, a Valisère vai investir R$ 14 milhões (US$ 7,8 milhões) este ano, o valor compreende ações de marketing, abertura das lojas próprias e novas máquinas. Foram compradas 500 máquinas de costura novas e contratadas 300 costureiras entre o final de 2009 e o começo de 2010. A empresa tem 1,4 mil trabalhadores e cinco fábricas que produzem cerca de 3,5 milhões de peças por mês.