05/04/10 15h08

Fábricas de vagões recuperam encomendas e investem

Valor Econômico

Renascida nos anos 2000, a indústria de vagões de carga teve seu pior ano em 2009. Altamente dependentes do setor de mineração, as vendas caíram 80%, e das quatro fábricas do ramo instaladas no país, duas suspenderam a produção. Com cerca de 70% do mercado - todo abastecido pela indústria local - a Amsted-Maxion vendeu 570 vagões em 2009, frente a 4,3 mil em 2008. Mas já tem em carteira encomendas de 6 mil carros. A Usiminas Mecânica, uma das que suspendeu a produção comercial no ano passado, voltará à ativa e investirá R$ 50 milhões (US$ 27,8 milhões) para dobrar sua capacidade de produção, de 60 para 100 vagões/mês. Na sua projeção, até 2016 o país vai demandar 25 mil vagões de carga.

Com uma capacidade instalada de grandes dimensões - sua unidade em Hortolândia tem 1 milhão de metros quadrados, projetados para produzir 10 mil vagões ao ano -, a Maxion passou por um ajuste difícil no ano passado. Fechou uma fundição em Osasco (SP) e fez cortes nas suas duas outras unidades. De 4,5 mil funcionários, o quadro caiu para 1,9 mil empregados. Mas a Amsted-Maxion já voltou a contratar e está com 2,3 mil, diz seu presidente, Ricardo Chuahy. A partir de meados do ano passado as encomendas voltaram, em parte animadas pela perspectiva de superação da crise, em parte pela política anticíclica do governo - o BNDES baixou sua taxa de juros do Finame, para bens de capital, para 4,5% ao ano.

Com o novo cenário de crédito barato, aconteceu algo inédito na Maxion: os contratos de longo prazo. A Vale fez uma encomenda para 4,5 mil vagões, 500 deles para 2010. Outras 2058 unidades serão entregues em 2011 e há uma opção de compra para outros 1982 carros em 2012. Outra grande cliente, a MRS fez o mesmo: 344 vagões para este ano, 1044 em 2011. Ou seja, se a Maxion não fechar nenhum contrato nos próximos três anos - algo improvável -, tem garantida uma demanda média de 2 mil carros ao ano.