18/03/10 13h30

Fibraplac investirá US$ 200 milhões em nova fábrica em SP

Valor Econômico

A Fibraplac, empresa controlada pelo grupo gaúcho Isdra, pretende iniciar até o fim deste ano as obras para a construção de uma nova fábrica de chapas MDF e MDP (feitas a partir de fibras e de partículas de madeira de média densidade, respectivamente). A unidade, que ficará em Campinas (SP), deve começar a operar no segundo semestre de 2012, com capacidade instalada de 250 mil metros cúbicos por ano e previsão de alcançar 500 mil metros cúbicos anuais em 2014, disse ao Valor o diretor-presidente do grupo, Alberto Isdra.

O investimento, estimado em US$ 200 milhões para as duas etapas, é parte da recente safra de novos aportes no setor, impulsionada pelo crescimento das indústrias de móveis e da construção civil no país. Na próxima semana, a chilena Masisa inaugura uma unidade de produção de MDP em Montenegro (RS), a segunda da empresa no país, enquanto a Eucatex planeja concluir sua planta de chapas finas (T-HDF) em Salto (SP) em setembro deste ano.

A Fibraplac opera uma fábrica em Glorinha (RS), com capacidade instalada de 1 milhão de metros cúbicos de MDP e MDF por ano. Em 2008, a empresa havia anunciado a construção de uma planta em Rio Grande, no sul do Estado, com capacidade inicial de 600 mil metros cúbicos por ano e 50% da produção destinada ao mercado externo. No entanto, o projeto foi cancelado devido à crise financeira internacional. Agora, conforme Isdra, o plano é acompanhar a expansão dos polos moveleiros e da construção civil em São Paulo, Minas Gerais e nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. A operação vai ocupar a área de uma fábrica de tubos plásticos da Isdralit, também controlada pelo grupo gaúcho, que será demolida e terá os equipamentos transferidos para a planta de Curitiba.

Quando estiver operando a plena capacidade, a unidade fabril de Campinas vai empregar 500 pessoas, além dos 1,2 mil funcionários da fábrica de Glorinha, que na próxima semana também coloca em funcionamento uma máquina para revestimento de chapas com resina melamina. O equipamento importado da Alemanha custou US$ 11 milhões e tem capacidade para revestir até 60% das chapas fabricadas no local, que depois de tratadas são vendidas por preços até 50% superiores do que os dos produtos "crus", explicou o empresário.

Com a recuperação da demanda no mercado doméstico, a Fibraplac prevê um faturamento de R$ 550 milhões (US$ 305,6 milhões) em 2010, ante R$ 300 milhões (US$ 153,9 milhões) nos dois anos anteriores. De acordo com Isdra, a empresa já tem encomendas em carteira até maio, enquanto neste mesmo período de 2009 uma das três máquinas de Glorinha estava desativada devido à queda das vendas provocadas pela crise.