17/04/13 11h00

Fiesp e Sorbonne firmam acordo de cooperação científica

Valor Econômico

A Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) firmaram um acordo de cooperação para fomentar a produção científica em temáticas como relações de trabalho, desindustrialização, arquitetura sustentável, agronegócio, infraestrutura e meio ambiente. Segundo Guillermo Hillcoat, coordenador do programa em Paris, são assuntos que estão no foco das discussões sobre crescimento sustentável tanto no Brasil quanto na França.

A cátedra "Globalização e Mundo Emergente", lançada neste mês, terá duração de três anos e contará com a coordenação de especialistas de ambas as instituições. Poderão ser inscritos projetos de diferentes formatos, que vão desde pesquisa acadêmica a workshops, palestras e cursos de curta duração. Os participantes receberão um certificado com a chancela da Sorbonne e da Fiesp.

Segundo Hillcoat, a expectativa é acompanhar o desenvolvimento de 10 a 12 trabalhos por ano. "Estamos divulgando a cátedra na França e no Brasil e recorrendo a universidades parceiras em ambos os países para atrair projetos", diz. Cada trabalho, contudo, deverá ser autossustentável, conforme destaca Mario Eugenio Frugiuele, 2º diretor secretário da Fiesp. "Os projetos deverão encontrar formas de se financiarem no mercado".

Além da cooperação científica, o acordo prevê o desenvolvimento de cursos e atividades de treinamento e capacitação profissional. Segundo Nadia Jacoby, 1º vice-reitora da universidade francesa, o acordo com uma federação de fora da Europa é inédito para a Sorbonne e se insere em uma nova fase da instituição, mais globalizada. "Queremos ampliar o relacionamento com o setor privado para além das fronteiras nacionais", afirma.

De acordo com ela, o foco são as economias em desenvolvimento, onde a troca de conhecimentos tende a gerar mais benefícios. Embora tenha começado pelo que chamou de "principal potência da América Latina", o projeto de expansão das relações com a iniciativa privada deve transcender o Brasil. No entanto, ainda não há novos acordos em vista.

Já no âmbito acadêmico, a Sorbonne tem estreitado as relações com instituições brasileiras de ensino superior. Em setembro do ano passado, a universidade francesa assinou um convênio com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) para a realização de um mestrado profissional em economia com dupla titulação.

A atuação da instituição de ensino parisiense em terras brasileiras, porém, tende a ser realizada de uma forma mais indireta, na contramão de universidades internacionais que estão abrindo escritórios aqui como a Harvard e a Columbia. "Queremos cooperar, não somente importar os melhores alunos para a França", diz Jean-Marc Bonnisseau, 2º vice-reitor da Paris 1 Panthéon-Sorbonne.

Nesse sentido, a Sorbonne já está analisando, em parceria com a Universidade de São Paulo, o desenvolvimento de uma cátedra de inovação. Também discute com a PUC um mestrado de dupla titulação em direito tributário, além de outros projetos com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. "O interesse em cooperações com o Brasil é multidisciplinar. Há muitos programas a serem explorados", diz Bonnisseau.