Fiesp prevê retomar nível de emprego pré-crise em 2011

Valor Econômico

O Brasil foi um dos países menos afetados pela crise global de 2008. Apesar disso, o emprego na indústria paulista de transformação só deve se recuperar totalmente das turbulências no mercado financeiro no fim de 2011. Apenas nessa data, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) acredita que o setor conseguirá igualar o nível de emprego pré-crise, fechando o ano que vem com expansão de 3,4% no índice. Para este ano, a entidade estima um avanço de 4,5%, próximo aos 4,56% registrados em 2007, considerado o melhor ano em termos de criação de postos de trabalho para a indústria. Neste ano, contudo, a variação foi influenciada pela base baixa de comparação, já que em 2009 o país ainda amargava os efeitos negativos da crise.

De qualquer maneira, a Fiesp espera que o setor encerre 2010 com criação de 110 mil a 115 mil vagas. "O ano foi bom. Recuperamos uma parte do que havíamos perdido. No entanto, fica o sabor de que poderia ter sido melhor. O crescimento das importações custou em emprego e renda", avaliou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp.

No acumulado do ano, a indústria apurou um aumento de 7,25%, com a criação de 174,5 mil empregos. Dessa forma, ao considerar que o setor deve terminar 2010 com a criação de até 115 mil vagas, Francini projeta uma perda em torno de 60 mil postos este mês. Dos 22 segmentos pesquisados no mês passado, 10 realizaram mais contratações, 11 fizeram mais demissões e um permaneceu estável. Os setores que mais ampliaram seus quadros foram máquinas e equipamentos (1.532), confecção de artigos do vestuário e acessórios (1.258) e veículos automotores, reboques e carrocerias (979).