09/10/08 15h59

Financeiras estimam crescimento

Gazeta Mercantil – 09/10/2008

O empoçamento da liquidez e, em especial, os sucessivos aumentos da Selic elevaram entre 15% e 20%, comparativamente há três meses, as taxas para financiamento de veículos praticadas pelos bancos ligados às fabricantes do setor automotivo, segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef). Mesmo assim, a Anef estima que a demanda permanecerá aquecida e mantém as perspectivas de forte crescimento para este ano, otimismo compartilhado pela Losango, promotora de vendas dos produtos do HSBC Bank Brasil e pelo Banco Mercedes-Benz. O presidente da Anef, Luiz Montenegro, informa que na última terça-feira as taxas para compra de automóveis estavam entre 1,65% e 1,75% ao mês. Com a crise financeira internacional, o cenário para o último trimestre é incerto, na sua opinião, mas a previsão é que o crescimento do crédito para a compra de veículos, um dos principais impulsionadores do segmento, desacelere dos 40% observados até agosto para 30% e finalize este ano dentro das estimativas da Anef, de 30%. "A desaceleração é compatível também com o volume de vendas projetado pela própria indústria." Os prazos, afirma, já vinham sendo reduzidos e ficam na média de 42 meses. "Isso muda se a crise persistir e se tornar epidemia." Hilgo Gonçalves, diretor-superintendente da Losango, diz que a financeira observa o momento com cautela, mas está bastante capitalizada e não reduzirá o volume de empréstimos. "Não vai faltar dinheiro para os clientes. A economia está estável, os níveis de emprego e renda melhoraram e o nível de inadimplência (2,18% sobre a carteira da Losango) está sob controle; é preciso apenas ser vigilante e informar aos clientes sobre as necessidades do crédito consciente", ele diz, acrescentando que em algumas linhas a Losango está inclusive ampliando prazos, para que a prestação caiba no bolso do tomador do crédito, e que as suas taxas (entre 2,5% e 5,7% ao mês) sofreram alguns ajustes, em função da Selic e dos custos maiores. Além da rede própria, a Losango está presente em 20 mil varejistas. A financeira mantém as projeções de 20% de alta na carteira este ano, para R$ 3,2 bilhões (US$ 1,4 bilhão). Francisco Ribeiro, diretor comercial e de marketing do Banco Mercedes-Benz, que tem 85% dos novos negócios vinculados a repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, por meio da Finame, diz que demanda por financiamento de ônibus e caminhões está forte e o banco tem batido recordes na concessão. "Aumentamos nossa estimativa de alta da carteira de R$ 4,2 bilhões (US$ 1,9 bilhão) para R$ 4,4 bilhões (US$ 2 bilhões) este ano, o que será um crescimento de 22% sobre 2007."