11/03/10 11h03

FIP Terra Viva espera adquirir mais duas usinas este ano

Valor Econômico

O fundo de private equity FIP Terra Viva, administrado pela DGF Investimentos, pretende fechar outras duas aquisições minoritárias em usinas ainda neste ano. Cinco estão no radar da empresa, sendo três no Estado de São Paulo, uma em Mato Grosso do Sul e outra em Goiás. A meta para os próximos dois anos, segundo Humberto Casagrande, sócio da DGF Investimentos, é adquirir no total cinco usinas que juntas tenham, entre 15 milhões e 20 milhões de toneladas de capacidade de moagem e que já tenham iniciado a implantação de governança. Em até cinco anos essas empresas devem se reunir sob o guarda-chuva de uma S.A. e se lançarem no mercado de capitais.

O fundo foi criado em 2007 e, até o ano passado, se dedicou a captar recursos. Com seus investidores - entre eles a Previ, Petros e BNDESPar -, o fundo reuniu R$ 300 milhões (US$ 166,7 milhões) e, neste ano, aplicou R$ 87 milhões (US$ 48,3 milhões) na compra de participação minoritária nas duas usinas do Grupo Tonon, pertencente à família de mesmo sobrenome e com unidades em Bocaina (SP) e Maracajú (MS). O percentual de participação não foi revelado pelo executivo. Mas, segundo fontes do mercado, fica entre 20% e 30%.

Juntas, as unidades somam 5,4 milhões de toneladas de moagem, capacidade que será ampliada para 6,4 milhões em 2012/13. Esse acréscimo virá principalmente da unidade sul-mato-grossense, um greenfield (construção a partir do zero) que começou a operar em julho de 2009, com 2 milhões de toneladas de capacidade de moagem. "Até 2012/13, esse volume crescerá para 3 milhões de toneladas". Para este projeto, serão necessários no total R$ 150 milhões (US$ 83,3 milhões), sendo os R$ 86 milhões (US$ 47,8 milhões) aportados pelo fundo parte desse bolo. A outra fatia virá da própria geração de caixa da Tonon e também está previsto um financiamento, segundo Casagrande, possivelmente, com linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Foi determinante na escolha da Tonon, segundo Casagrande, a profissionalização e os processos de governança já implantados na empresa. O grupo familiar, fundado no início da década de 60, iniciou em 2008 o aprimoramento da gestão, culminando na entrada de profissionais do mercado para liderar as áreas financeira, industrial e agrícola.

As outras cinco usinas avaliadas pelo grupo têm esse perfil, apesar de um porte menor. "Queremos parceiros que enxerguem além do nosso dinheiro. Que nos vejam como oportunidade de profissionalismo e governança". O estudo sobre o valor desses ativos ainda está sendo concluído, segundo Casagrande, mas há usinas com outros patamares de preços, entre elas, uma de R$ 40 milhões (US$ 22,2 milhões) e outra de R$ 60 milhões (US$ 33,3 milhões).