10/09/08 10h42

Foco da Hyundai no Brasil vai de carros ao pré-sal

Valor Econômico - 10/09/2008

A aguardada instalação da fábrica de veículos da Hyundai no Brasil deverá ser apenas a ponta do iceberg para um grande investimento do grupo sul-coreano no país. Maior conglomerado empresarial da Coréia do Sul, com atividades que vão da fabricação de celulares à construção de plataformas de petróleo, o Hyundai Group decidiu abrir um escritório no país, onde promete prospectar negócios e investir pesado no aquecido segmento de infra-estrutura. O diretor-geral da Hyundai Corporation para a América Latina, Gi-Seob Kim, explicou que a já antes cogitada vinda da Hyundai Corporation para cá foi definida durante uma missão brasileira na Coréia do Sul, liderada em abril deste ano pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Na ocasião, a ministra tratou, entre outros temas, da implantação do Trem de Alta Velocidade (TAV) no Brasil, tecnologia detida pela Hyundai. No entanto, também teria apresentado aos asiáticos o mapa da expansão da infra-estrutura brasileira, o que acabou sendo decisivo para a abertura do escritório em São Paulo. Apesar de não falar oficialmente sobre o tema, Kim afirmou que há grandes chances de a unidade ser instalada na região de Piracicaba, interior de São Paulo, que "está sendo observada com atenção". Kim confirmou ainda que a Hyundai trouxe ao Brasil uma missão de executivos coreanos, que fizeram "uma pesquisa de mercado" para a viabilização da fábrica de automóveis. Entre os membros da missão estavam fabricantes de peças como freios ABS, airbags e câmbios automáticos, que também devem se instalar por aqui. "É importante produzir localmente coisas que o Brasil ainda não tem domínio", disse Kim, referindo-se ao fato de o Brasil não ter produção doméstica desses itens. O objetivo maior do grupo coreano, segundo Kim, é expandir as transações comerciais e econômicas entre Brasil e Coréia do Sul, por meio da venda de soluções de infra-estrutura, com transferência de tecnologia, e do investimento local em empreendimentos com essa finalidade. Ele citou como alvos principais os setores de petróleo e gás, energia e transportes, porém confessou que acompanha vários outros.