09/02/10 10h25

Foz do Brasil obtém US$ 50 milhões do IFC

Valor Econômico

O International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial, poderá ser sócio da Foz do Brasil, empresa de saneamento do grupo Odebrecht que foi estruturada no ano passado. O IFC acaba de aprovar um empréstimo de R$ 92,5 milhões (US$ 50 milhões) para a empresa, valor que poderá ser convertido em participação no prazo de até cinco anos. O financiamento, que será usado para fortalecer as operações existentes e até compor capital para possíveis aquisições, terá prazo de 10 anos. Nos cinco primeiros anos, a Foz do Brasil só pagará os juros do empréstimo; nos cinco seguintes, o principal. Essa última parte só vai ocorrer se o IFC não converter o valor em ações.

Fernando Reis, presidente da Foz do Brasil afirmou, sobre a operação com o IFC, que "é importante pelo valor do empréstimo, que complementa o 'funding' da companhia, mas ainda mais pelo componente estratégico da parceria de longo prazo com o IFC e pela possibilidade de vir a se tornar acionista, fato que será importante na etapa de internacionalização da empresa". A concessão do empréstimo é vista como um selo de qualidade, dado o rigoroso nível de exigências do órgão do Banco Mundial para financiar empresas de vários setores. O IFC considera vários fatores de atuação da empresa, em especial sua conduta ligada às questões de responsabilidade social - por exemplo, não ter nenhum vestígio de uso de trabalho infantil e escravo - e ambientais.

O plano de internacionalização da empresa está previsto para ser deslanchado em 2011, disse Reis, e terá como alvo inicial países da América Latina e África. São regiões com grande carência em operações de saneamento (água e esgoto), tratamento de resíduos e efluentes industriais e resíduos urbanos, as quais formam o principal negócio da empresa. A companhia não cogita ainda fazer uma abertura de capital na bolsa.

Estruturada no ano passado, a Foz do Brasil informa que prevê alcançar neste ano faturamento de R$ 700 milhões (US$ 378,4 milhões), o que representará cerca de 50% de aumento sobre o valor obtido em 2009. Boa parte desse salto virá de novas operações no segmento privado, como o projeto da central de utilidades da Vallourec-Sumitomo do Brasil (VSB) que entra em operação neste semestre. Essa unidade vai compor a nova fábrica de aço e tubos da VSB, em fase final de construção em Jeceaba (MG).

A Foz do Brasil anunciou na sua estruturação que tem planos de investir, até 2013, de R$ 3,6 bilhões (US$ 1,95 bilhão). O desejo, com isso, é se posicionar entre as maiores do setor de engenharia ambiental. Hoje, o segmento de saneamento, em geral público, responde por 60% da receita. A área privada fica com os 40% restantes. A empresa tem operações espalhadas em vários Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Entre elas, as centrais de tratamento de resíduos do polo petroquímico de Camaçari (BA) e de Grajaú (RJ) e o sistema de água e esgoto de Limeira (SP).