28/10/09 12h35

Fundo Pátria cria a Veloce para atuar em transportes

Valor Econômico

No fim de 2008 o movimento de caminhões nas estradas brasileiras começou a cair drasticamente, e quando o primeiro semestre terminou, a receita de empresas do setor de logística tinha diminuído em 30%, segundo dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística. Momento ideal para entrar no setor, concluíram os executivos do Pátria Investimentos. O fundo lançou no começo deste ano seu primeiro negócio no ramo, a Veloce Logística, que já nasce com quase 300 carretas e uma receita anual de R$ 140 milhões (US$ 81,4 milhões). O fundo deixou reservados ainda R$ 100 milhões (US$ 58,1 milhões) para garantir a expansão da empresa com novas aquisições.

A Veloce entra no mercado ocupando em parte o espaço deixado para trás pela Ryder Logística, multinacional de origem americana que, em função da crise - sua principal cliente nos EUA era a falida GM -, rearranjou suas operações no mundo e fechou as subsidiárias do Brasil, Chile e Argentina. A Veloce está instalada no mesmo galpão ocupado pela Ryder em São Bernardo, na Grande São Paulo. Dos 370 funcionários da nova empresa, 230 vieram da Ryder, assim como boa parte das 276 carretas que constituem quase todo o ativo imobilizado da Veloce.

A empresa levou ainda os três principais contratos da Ryder: o fornecimento de autopeças para as unidades da GM, Toyota e Fiat na Argentina. Metade do faturamento da empresa vem do que a empresa chama "plataforma Mercosul", basicamente a remessa de autopeças brasileiras para as montadoras na Argentina e a volta de mercadorias de retorno e embalagens vazias. Parte da receita local está vinculada a esses contratos, como o processamento das mercadorias - embalagem e documentação - na base de operações, e a distribuição de autopeças no mercado local.

A idéia é expandir o negócio para além do setor automotivo: o fundo já tem R$ 100 milhões (US$ 58,1 milhões) destinados à aquisição de alguma outra empresa, provavelmente uma com atuação no setor de eletrônicos, química ou farmacêutica - produtos com alto valor agregado, e onde a Veloce pode ter diferenciais competitivos.

A Veloce tem contratos suficientes para garantir um faturamento de R$ 140 milhões (US$ 81,4 milhões) bao ano, mas já amplia as operações. Encomendou 50 novas carretas e está trocando seu centro de operações em São Bernardo por um duas vezes maior na vizinha Diadema, já com espaço para acomodar o crescimento das rotas.