23/12/09 10h13

Fundos florestais estimam investir US$ 2,3 bi no Brasil

Valor Econômico

A indústria brasileira de celulose e papel e setores que utilizam madeira como matéria-prima veem com otimismo o ganho de musculatura de um importante aliado: fundos de investimento com foco no negócio florestal. Nos próximos anos, a atuação das chamadas "timos", do inglês Timberland Investment Management Organizations, deve crescer no Brasil, na esteira da expansão de demanda por madeira e da reconhecida competitividade do país na área florestal. Conforme projeção dessa indústria, que ainda dá os primeiros passos no país, pelo menos R$ 4 bilhões (US$ 2,3 bilhões) em aportes deverão vir pelas mãos de investidores institucionais nos próximos cinco anos. Recentemente, os grupos Suzano , Klabin e Irani firmaram operações com fundos dessa natureza.

No Brasil, estima-se que as terras em negociação somem aproximadamente 200 mil hectares de área plantada, distribuídas em oito Estados, e há projetos em andamento para novos plantios, em parceria com indústrias do setor florestal ou não.  Nederson de Almeida, sócio da Consufor, afirma que o setor madeireiro passa por um momento único, depois de enfrentar dificuldades nos últimos anos por causa de câmbio e de queda nas exportações.

Segundo ele, os fundos de pensão veem as florestas como investimento atrativo, de baixo risco e retorno seguro no longo prazo. "2010 deve ser um ano aquecido", prevê. Neste semestre, Funcef e Petros injetaram R$ 550 milhões (US$ 319,8 milhões) no Florestal Fundo de Investimentos em Participações (FIP), que pertence à Florestal Investimentos Florestais. A meta da Florestal, diz Lopes, é ter 215 mil hectares de florestas de eucalipto em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Segundo o principal executivo e um dos fundadores da Brazil Timber, José Leal, além dos fundos de pensão, outras fundações e seguradoras também são investidoras tradicionais desse mercado no exterior. "Há um crescente interesse do investidor pessoa física com patrimônio elevado", acrescenta. A Brazil Timber, diz Leal, foi a primeira companhia de capital nacional no setor e gerencia, atualmente, US$ 230 milhões em ativos florestais, valor que deverá duplicar em 2010 e novamente duplicar em 2011. "O Brasil está na moda e as florestas estão na moda. Floresta é hoje o sonho de consumo do investidor de longo prazo", garante.