Fusão das bolsas já atrai ações de estrangeiros

DCI - 09/05/2008

Além de resultar na criação da terceira maior bolsa do mundo e da segunda maior das Américas em valor de mercado, a integração entre Bovespa Holding e Bolsa de Mercadorias & Futuros SA (BM&F SA) vai atrair mais empresas estrangeiras para operar no mercado de capitais brasileiro. "Mais empresas passarão a abrir capital no Brasil, [a fusão] abre novas oportunidades para nos colocarmos como um player mais importante no mercado internacional, ainda mais agora que temos tudo isso respaldado pelo 'selo de qualidade' [grau de investimento]", afirmou ao DCI Raymundo Magliano, presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), durante a assembléia geral de acionistas que aprovou, ontem, a fusão das duas bolsas. A ambição da BM&F Bovespa S.A., que teve todos os itens de sua constituição aprovados por ampla maioria, já começa a dar resultado e deve iniciar essa expansão pela América Latina, segundo o advogado Carlos Barbosa Mello, sócio do Mattos Filho Advogados. O escritório trabalha atualmente com três empresas argentinas interessadas em abrir capital no País, que já deram entrada na documentação para o lançamento dos IPOs (oferta inicial de ações, da sigla em inglês). "Além dessas três empresas argentinas que devem dar entrada no mercado nacional ainda neste ano, temos algumas empresas colombianas estudando o mercado brasileiro", revela Mello. Segundo o especialista, essas empresas podem entrar no Brasil através de emissão dos títulos Brazilian Depositary Receipts (BDR), com foco na América do Sul. "Nosso País tem um grande potencial e a fusão das bolsas pode ajudar ainda mais. Podemos nos tornar um futuro gerenciador e consolidador das bolsas da América do Sul", diz. O mercado brasileiro aparece como boa opção por conta do interesse de não residentes em investir no País. Em apenas dois dias úteis de maio, o balanço da negociação direta de investidores estrangeiros na Bovespa atingiu saldo positivo de R$ 1,008 bilhão (US$ 606,1 milhões).