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GDF-Suez mantém aportes de € 30 bilhões em três anos

Gazeta Mercantil - 02/12/2008

Com seis hidrelétricas em construção no Brasil - incluindo Jirau, no rio Madeira -, o grupo GDF Suez avalia que a crise financeira pode aliviar o custo dos investimentos. O desaquecimento da demanda no mundo deve reduzir, segundo o presidente do grupo, Gerard Mestrallet, o preço de equipamentos e aço necessários aos projetos em andamento. Presente em todos os tipos de fontes de energia no País, o grupo também está de olho no único segmento proibido à iniciativa privada: a energia nuclear. Controladora da Tractebel Energia, a maior empresa privada do setor de geração no País, a companhia francesa vai manter os investimentos de € 30 bilhões previstos para os próximos três anos em todo o globo. A empresa concluiu há poucas semanas operações bem-sucedidas de emissão de bônus, que deram tranqüilidade à execução dos projetos em curso. Foram três transações lideradas por bancos diversos que somaram € 4 bilhões em prazos de cinco, dez e vinte anos. O executivo afirmou que a operação de emissão de bônus e o fluxo de caixa asseguram os investimentos. Além das hidrelétricas que somam 6,1 mil megawatts (MW), a companhia toca projetos de Gás Natural Liqüefeito (GNL), usinas térmicas, eólicas e bioenergéticas. As perspectivas do grupo no País continuam positivas, com a construção de Jirau, Estreito, São Salvador, Pedra do Sal, Areia Branca e Andrade. Juntas, as usinas somam 4,7 mil MW. A empresa está em pleno processo de escolha dos fornecedores de turbinas para Jirau. Chineses, brasileiros e russos estão no páreo. Se a escolha for por brasileiros, a empresa terá apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "O fornecimento internacional terá de compensar o apoio do BNDES", afirma o executivo brasileiro. Sobre a interrupção das obras de Jirau, em razão de liminar que suspendeu o início da construção, Bähr disse que a empresa vai recorrer. "O custo não é só da empresa, mas também do País, que pode ficar sem energia no prazo estimado", disse. Ele avalia que a Justiça deve reavaliar a decisão depois de conhecer melhor o projeto.