18/09/08 14h58

GE mantém confiança no crescimento do Brasil

Valor Econômico - 18/09/2008

A GE vê a atual crise nos mercados internacionais com apreensão mas sem pânico, diz o presidente da multinacional para a América Latina, Marcelo Mosci. Ele reconhece que a atual crise deve provocar uma restrição de crédito, mas ainda é difícil prever como esse movimento irá influenciar os investimentos das empresas. O importante, segundo ele, é o nível de confiança do empresariado nos países latino-americanos. Energia é um dos principais segmentos de negócios da GE na América Latina ao lado do setor de tecnologia e dos serviços financeiros. A meta da empresa para este ano é obter receita de vendas de US$ 8 bilhões na América Latina, dos quais US$ 3 bilhões no Brasil. Em 2007, a GE conseguiu receita de US$ 6,5 bilhões na região. A empresa tem um programa para atingir US$ 12 bilhões de receita na América Latina em 2010. A forma como a GE está estruturada, tendo os serviços financeiros como parte do negócio, faz com que a empresa também veja a crise como uma oportunidade. Na área de óleo e gás, a turbulência dos mercados fez a equação financeira ganhar importância como uma das bases para o desenvolvimento da produção dos reservatórios na área do pré-sal. O outro aspecto estratégico é a tecnologia. Nos dois casos, a GE pode ajudar, diz Mosci. Na visão do executivo, um modelo de negócio que poderá prevalecer na indústria de óleo e gás, caso a crise continue a afetar os mercados de capitais, será a parceria entre a Petrobras e empresas, com boa classificação de risco, contratadas para prestar serviços. Neste modelo, a Petrobras poderia entrar com parte dos recursos necessários e delegar serviços a terceiros, o que trará custos de capital mas reduzirá as necessidades de captação. A GE fornece diversos equipamentos para a indústria do petróleo. A turbulência, no entender dele, não será o "apocalipse" em um cenário em que a China e a Índia cresçam a taxas de 7% e 5% ao ano, respectivamente, mantendo a demanda por commodities, e na hipótese de a crise nos Estados Unidos não se prolongar por mais de 24 meses. Mosci entende que o Brasil tem fôlego para crescer acima de 5% em 2008 e considera "razoável" uma expansão de 3% da economia brasileira em 2009. Ele salientou que a GE passa por uma fase de expansão dos negócios no mercado brasileiro.