14/05/09 09h54

Genéricos crescem 19% ao ano e atraem fabricantes estrangeiros

O Estado de S. Paulo - 14/05/2009

Há seis meses, o suíço Stefan Prebil, executivo da Sandoz, divisão de genéricos da farmacêutica Novartis, foi destacado para uma missão. Ele deixaria o comando de uma das mais importantes operações da empresa - em sua matriz, na Suíça - rumo ao Brasil, onde a Sandoz desembarcou há dois anos. A transferência de um dos mais altos diretores da multinacional para o País começa a fazer sentido quando se analisa o desempenho da empresa por aqui. Em dois anos, o mercado brasileiro passou de 13ª para 7ª posição entre os maiores da Sandoz.

Voltar os olhos para os emergentes, como faz a Sandoz/Novartis, tem sido a estratégia de várias multinacionais do setor, que, tradicionalmente, sempre tiveram suas receitas ligadas aos mercados da América do Norte, Europa e Japão. O Brasil aparece de forma ainda mais clara no radar das empresas graças ao sucesso da indústria de genéricos, que cresce a dois dígitos há mais de cinco anos, após o governo ter regulamentado sua produção em 1999. Mas os genéricos não são o único motor desse movimento. "O mercado pouco explorado e mais estável e transparente que os de China e Índia faz com que o Brasil seja a bola da vez no setor", afirma Luís Madasi, líder de serviços para a indústria farmacêutica da PriceWaterhouseCoopers.

O Brasil já é o maior mercado entre os emergentes para a francesa Sanofi-Aventis. Há pouco mais de um mês, ela reforçou essa posição com a compra do laboratório especializado em genéricos Medley, de Campinas (SP). Até então, a companhia tinha uma participação residual no segmento, de 3%. Com a Medley, passou a 41%. De quebra, levou a liderança em faturamento entre as maiores farmacêuticas do País. "Os genéricos não vão parar de crescer tão cedo. Eles têm cerca de 15% do mercado no País e ainda podem atingir 30%", diz o diretor-geral da Sanofi-Aventis no Brasil, Heraldo Marchezini.