07/05/21 12h15

Geração de empregos na RMC é 10 vezes maior em 2021

Correio Popular

Entre janeiro e março, foram gerados 23.706 empregos com carteira assinada, contra as 2.142 vagas ocupadas no mesmo período do ano passado. No ranking dos municípios, Campinas lidera com 7.190 contratações, seguida por Americana, com 2.885. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) 

Impulsionada pelo setor de serviços e pelo comércio eletrônico digital (ecommerce), a economia da Região Metropolitana de Campinas (RMC) começa a respirar e já produz um crescimento dez vezes maior na geração de empregos. Entre janeiro e março deste ano, a economia da RMC gerou 23.706 empregos com carteira assinada, um volume de contratações dez vezes superior, comparado à geração de 2.142 empregos nos três primeiros meses do ano passado. Serviços, indústria e construção civil foram os setores que mais admitiram. O comércio vem na sequência. 

No ranking dos municípios, Campinas liderou na geração de empregos, com 7.190 contratações; seguida por Americana, com 2.855; e por Indaiatuba com 2.309. Paulínia ficou na quarta posição porque contratou 1.436 profissionais; seguida por Sumaré, com 1.377 carteiras assinadas e por Santa Bárbara d'Oeste, que contratou 1.284 trabalhadores. 

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia no final do mês passado. Analistas justificaram que o melhor desempenho deve-se a dois fatores: maior dinâmica das atividades no setor de serviço; e crescimento do comércio eletrônico digital. 

Sobre o elevado percentual de crescimento nas contratações, os especialistas atribuíram ao baixo desempenho da economia no primeiro trimestre de 2020, quando a pandemia por covid-19 gerou drástica retração na indústria, comércio, serviços, construção civil e agropecuária em geral. Apenas para se ter uma idéia, em março do ano passado o emprego formal apresentou um saldo negativo recorde em toda a fase histórica do Caged, quando a RMC amargou o saldo de 7.745 demissões. 

O economista Laerte Martins, da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), explicou que esta multiplicação em dez vezes no número de contratações significa uma recuperação do quadro de empregabilidade, existente no final de 2019. "Este desempenho é importante porque representa uma reação, uma melhor dinâmica na economia, que começa a respirar um pouco melhor. Porém, para chegar aos níveis de emprego do ano de 2019 ainda precisaria crescer mais uns 30%", avaliou. 

Laerte destacou que o desempenho no primeiro trimestre deste ano aponta para uma dinâmica mais efetiva no setor de serviços e para o crescimento do ecommerce. "O setor de serviços adaptou-se melhor à situação da pandemia porque muitos são considerados essenciais e porque as pessoas passaram a utilizar com mais freqüência com o auxílio do ecommerce", explicou. "Os dois fatores juntos resultaram no crescimento dos pedidos e, consecutivamente, na evolução das contratações", avaliou. 

Quase metade 

O setor de serviços representou quase a metade das contratações. Entre janeiro e março deste ano, a RMC confirmou o emprego formal para 11.812 profissionais para este setor. A grande maioria foi para a manutenção de computadores e notebooks; técnicos em Tecnologia para a Informática (TI); manutenção de celulares e smartphones; manutenção de automóveis; produção e venda de alimentos; entregas delivery; telefonia; e transporte por aplicativos; dentre outros serviços. 

O emprego formal na indústria da RMC foi também positivo, com 7.682 contratações em carteira, principalmente na produção de alimentos, medicamentos, informática e materiais para a construção. O setor da construção civil vem na sequência, gerando 2.744 empregos. 

Empurrado pelo início da flexibilização e pelo ecommerce, o setor de comércio começou uma recuperação com 1.348 profissionais contratados no trimestre. Completando a lista de contratações na RMC, a agropecuária gerou 120 empregos em carteira. 

Sem turbulências 

A loja de manutenção de computadores e notebooks, UTI Informática, no Parque Prado, em Campinas, é um exemplo de que as estatísticas do Caged estão corretas. Edmur Carlin, sócio-proprietário da loja, disse que os serviços prestados em sua unidade sobreviveram à pandemia sem turbulências. "Neste período de pandemia houve um aumento de 30% na manutenção dos equipamentos de informática em comparação ao movimento de um ano e meio atrás", comentou Carlin. 

Segundo Carlin, a pandemia mudou a rotina utilizada no trabalho e nas escolas. "A pandemia levou para os lares os serviços e as aulas, tendo como ferramenta computadores e notebooks. Muitas pessoas começaram a trabalhar em casa. Pais, mães e filhos tiveram que dividir computadores e muita gente precisou fazer manutenções com mais freqüência. Alguns compraram novos equipamentos e outros reativaram aparelhos que estavam parados", comentou. 

O proprietário da UTI Informática disse que a expectativa é de haver contratações para loja nos próximos meses, pois os serviços remotos já foram incorporados e deverão continuar, mesmo quando a pandemia acabar. "Depois da pandemia muitas coisas vão ser mantidas, incluindo serviços remotos em alguns cargos ou funções", comentou. 

fonte: https://correio.rac.com.br/_conteudo/2021/05/campinas_e_rmc/1091447-emprego-cresce-10-vezes-na-rmc.html#