07/05/21 12h28

Gerdau prevê novas altas na demanda por aço em 2021

Porto e Navios

Mesmo após registrar um salto de mais de onze vezes em seu lucro líquido no primeiro trimestre, a Gerdau afirma que ainda há espaço para crescer ao longo de 2021. O otimismo é fruto do forte aquecimento no mercado de aço, no Brasil e nos Estados Unidos. 

“Há sinais muito positivos de fortalecimento da demanda por aço. No Brasil, a construção civil continua muito forte. Também vimos recentemente os leilões de infraestrutura, que devem elevar os pedidos. No setor industrial, há um aumento não só no mercado doméstico, mas de clientes que estão identificando oportunidades de exportação, o que tem estimulado a demanda”, afirmou o presidente do grupo, Gustavo Werneck. 

O executivo ressalta a retomada da economia americana, onde a Gerdau também tem feito importantes investimentos para ampliar sua produção. Nos EUA, o estoque de pedidos já é de três meses. A expansão é impulsionada pela retomada econômica no país, fruto da vacinação da população, diz ele. As perspectivas para os próximos anos também são muito positivas, devido ao novo pacote de investimentos em infraestrutura, anunciado pelo presidente Joe Biden, que também deve ampliar a demanda por aço no mercado. 

“Teremos ciclo longo com a sustentação de resultados mais robustos, diferentemente do que vimos nos últimos anos”, disse o vice-presidente financeiro, Harley Scardoelli. 

No primeiro trimestre, a Gerdau superou as expectativas do mercado. A siderúrgica teve um lucro líquido de R$ 2,45 bilhões, aumento em relação aos R$ 216 milhões registrados há um ano - o número se refere ao resultado atribuído aos acionistas controladores. O lucro líquido ajustado (que exclui eventos extraordinários) foi de R$ 2,47 bilhões, um recorde trimestral para o grupo. 

A receita cresceu 77%, chegando a R$ 16,34 bilhões, beneficiado pela alta nas vendas e pela valorização do dólar frente ao real, que elevou a receita das operações na América do Norte. Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 4,2 bilhões, um salto de 308% ante os três primeiros meses de 2020. 

Os custos da companhia também subiram fortemente, em 50%, principalmente em função do encarecimento das principais matérias-primas. A sucata subiu 77% no período, enquanto o minério de ferro ficou 94% mais caro. 

Questionado sobre o repasse de custos e os reajustes aplicados aos clientes, Werneck disse que não comentaria os preços praticados, mas ressaltou que a companhia vai buscar manter o mesmo nível de rentabilidade do primeiro trimestre. 

O presidente também destacou que a companhia vai priorizar as vendas internas no Brasil, que devem seguir em alta. No primeiro trimestre, apenas 4% da produção local foi exportada - contra cerca de 15% no ano passado. O plano é manter esse número ao longo de todo ano. 

O otimismo da Gerdau se reflete em uma série de investimentos em curso no Brasil, que vão de aços especiais (para indústria automotiva), o grupo anunciou R$ 1 bilhão para modernizações em três unidades: em Pindamonhangaba (SP), Mogi das Cruzes (SP) e Charqueadas (RS). Outro projeto é a retomada da usina Araucária, no Paraná, a ser reativada no segundo semestre. 

Werneck também reforçou a intenção de ampliar a presença no Norte e Nordeste do país, a partir da planta da Silat (Siderúrgica Latino Americana), no Ceará, cuja aquisição foi concluída no fim de 2020. “Estamos muito satisfeitos com o investimento, que permitiu atender a essas regiões, que têm por característica produtos prontos para a construção.” 

fonte: https://www.portosenavios.com.br/noticias/geral/gerdau-preve-novas-altas-na-demanda-por-aco-em-2021