26/11/09 11h21

Governo agora desonera setor de móveis

Folha de S. Paulo

Um dia após prorrogar desoneração a veículos, o ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou ontem a inclusão de móveis e painéis de madeira usados na sua fabricação na lista dos setores beneficiados pelas redução de impostos. Anunciou também que a isenção de imposto na compra de material de construção foi prorrogada pelo governo até junho do ano que vem. Juntas, as duas medidas custarão R$ 903 milhões (US$ 525 milhões) de um total de R$ 19,5 bilhões (US$ 11,3 bilhões) em cortes de impostos feitos desde o fim de 2008 para estimular setores que o governo considera terem sido mais afetados pela crise.

O material de construção continuará com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) zerado. Para Mantega, a prorrogação é justificada porque a construção de um imóvel leva mais tempo que, por exemplo, a compra de carro. Assim, o incentivo também teria que durar mais tempo para que possa ser aproveitado pelo setor. Segundo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Simão Safady, o impacto da desoneração de material de construção é simbólico, porque o desconto não chega a 5% dos custos de uma obra. "O importante é a soma com outros fatores, como o crédito imobiliário", afirmou.

No caso dos móveis, o IPI de 10% cairá para zero, e os móveis de madeira, que hoje pagam 5%, também deixarão de recolher o imposto até 31 de março. "Espero que essa redução seja transferida para o preço do produto e que o setor aproveite para fazer promoções, baixar as margens [de lucro] e apostar nas vendas", disse Mantega. Segundo ele, o setor tem tido dificuldade para se recuperar porque boa parte das vendas é concentrada nas exportações, que caíram por causa da crise.

Até o fim do ano, ainda há ao menos mais dois setores que devem ser beneficiados com menos tributos: a fabricação de computadores pessoais e a produção de máquina e equipamentos. Nos dois casos, as isenções acabam em dezembro, e a tendência é estendê-los.