Governo de São Paulo recebe R$ 147,7 milhões para impulsionar obras da Hidrovia Tietê-Paraná
Repasse da Eletrobras será destinado para a ampliação do canal de Nova Avanhandava, fortalecendo a navegação e um transporte mais sustentável
Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de SPO Governo do Estado de São Paulo avança no fortalecimento da logística sustentável por meio de investimentos estratégicos em infraestrutura hidroviária voltada ao escoamento da produção. Por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), o Estado recebeu um aporte de R$ 147,7 milhões da Eletrobras, destinado às obras de ampliação do canal de navegação de Nova Avanhandava, no trecho paulista da Hidrovia Tietê-Paraná, em Buritama – região Noroeste, considerada um eixo logístico prioritário para o transporte fluvial de cargas.
O repasse da Eletrobras, feito na sexta-feira (13/06), referente ao exercício de 2025, foi formalizado por meio de um Termo de Compromisso firmado entre a empresa e o Governo de São Paulo, intermediado pela Semil. A alocação dos recursos está inserida nos compromissos assumidos pela Eletrobras no processo de capitalização, que prevê investimentos anuais em programas de revitalização ambiental e desenvolvimento regional, conforme a legislação vigente. A aplicação dos valores é definida pelo Governo Federal, sob a coordenação dos Ministérios de Minas e Energia e da Integração e Desenvolvimento Regional.
“A ampliação do modal hidroviário é uma diretriz estratégica desta gestão. Trata-se de uma solução de alta eficiência logística, com menor impacto ambiental e forte potencial de geração de valor para a economia estadual”, afirma a secretária Natália Resende.
“Esse repasse é mais uma entrega concreta dos compromissos assumidos com a capitalização da Eletrobras. Ele viabiliza uma obra estruturante para o país, dentro da carteira do Novo PAC, fruto da parceria entre diferentes entes, como o Ministério da Integração, o DNIT, o Governo de São Paulo e a própria Eletrobras. É um esforço conjunto para melhorar a infraestrutura hídrica, fortalecer o desenvolvimento regional e gerar benefícios diretos à população. Trata-se da materialização de uma política pública que alia sustentabilidade, impacto social e cooperação federativa”, afirmou, em nota, a Eletrobras.
Obras e impactos
As intervenções em andamento no canal de navegação de Nova Avanhandava envolvem o desmonte técnico de rochas submersas e a ampliação da calha de navegação, com profundidade final de 3,5 metros e largura de 60 metros, ao longo de 16 quilômetros de extensão. A estimativa é de remoção de 553 mil metros cúbicos de rochas — volume correspondente a aproximadamente 600 piscinas olímpicas. A iniciativa também conta com apoio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
As obras também promovem maior flexibilidade na operação das Usinas Hidrelétricas de Três Irmãos e Ilha Solteira, eliminando conflitos operacionais entre a geração de energia e a navegação fluvial. A intervenção gera aproximadamente 1,4 mil empregos e beneficia, de forma expressiva, os municípios de Buritama, Brejo Alegre e Birigui, além de assegurar navegabilidade contínua, mesmo durante estiagens prolongadas.
Até que o Governo de São Paulo retomasse as obras, em 2023, o processo de desmonte estava paralisado desde 2019, prejuízo que ficou evidenciado durante as crises hídricas de 2014/2015 e de 2021/2022, onde os reservatórios ficaram em seus menores níveis históricos.
Investimento
Com um investimento total de R$ 293 milhões, as obras foram iniciadas em 2023 e vêm sendo executadas pela Semil, por meio da subsecretaria de Logística e Transportes. A captação do novo aporte financeiro é resultado da articulação institucional conduzida pela secretária da pasta, Natalia Resende, e pelo subsecretário de Logística e Transportes, Denis Gerage Amorim.
A previsão é de que, com a finalização das intervenções até 2026, a hidrovia alcance a capacidade de movimentar até 7 milhões de toneladas por ano, assegurando a continuidade da navegação mesmo em períodos de estiagem.
Hidrovia Tietê-Paraná
Com 2.400 quilômetros de vias navegáveis, a Hidrovia Tietê-Paraná é fundamental para a logística do agronegócio, ao conectar regiões produtoras aos portos do Sudeste, com menor emissão de gases de efeito estufa — cerca de 20 milhões de toneladas de CO₂ a menos por ano — e maior eficiência no custo de transporte. São 30 terminais intermodais que integram os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás e São Paulo.
O trecho paulista da hidrovia compreende 800 quilômetros, com início na região de Mogi das Cruzes e término no município de Pereira Barreto, atravessando cidades como São Paulo, Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Salto, Tietê, Barra Bonita, Ibitinga e Buritama.