17/02/09 10h54

Governo e setor privado vão investir US$ 2 bi em Santos

Valor Econômico - 17/02/2009

O porto de Santos recebeu garantias de que manterá investimentos entre este ano e o próximo, sem interrupções, como aposta no crescimento da economia e do comércio exterior, com o aporte equivalente a R$ 4,56 bilhões (US$ 2 bilhões). Esse valor será distribuído entre R$ 861 milhões (US$ 374,4 milhões) do governo federal e R$ 3,7 bilhões (US$ 1,6 bilhão) de empresas do setor privado. O balanço do pacote de investimentos feito pela Secretaria Especial de Portos (SEP) para as obras em andamento e para as que vão ser iniciadas surpreendeu até o ministro Pedro Brito, para quem "neste momento de crise (a avaliação) é boa para o porto, com os investimentos seguindo sem qualquer retração". Em entrevista ao Valor, o ministro estimou em 5.200 o número de empregos diretos a serem gerados por um conjunto de 17 obras de infraestrutura no porto paulista, o maior do país, com a parcela do governo federal computada na conta do Programa de Aceleração Continuada (PAC). Com esses aportes, Santos poderá saltar das atuais 80,1 milhões de toneladas de cargas movimentadas por ano para 100 milhões de toneladas, em dois anos, mesmo que algumas das obras não sejam concluídas até 2010, segundo o ministro.  Outras aplicações em sistemas de tecnologia voltada aos portos, como na área de segurança, ganharão um reforço especial nesse período. Como exemplo, há um sistema de monitoramento eletrônico desde a barra de Santos aos cais, o VPS, que demandará R$ 9 milhões (US$  3,9 milhões). Para concluir o projeto do ISPS Code, voltada à segurança, estão previstos mais R$ 46 milhões (US$ 20milhões).Dos investimentos públicos, duas novas obras ganham prioridade: o reforço da estrutura de sete quilômetros de cais e uma passagem subterrânea entre os armazéns 1 e 2, no Valongo, para contornar cruzamentos de veículos ferroviários e rodoviários. As perimetrais das margem direita, com R$ 100 milhões (US$ 43,5 milhões), e a da esquerda, R$ 70 milhões (US$ 30,4 milhões), incluem-se nas soluções de deslocamentos mais rápidos nas áreas que circunscrevem o porto.  Conforme Pedro Brito, até o final de março estará concluída a licitação da dragagem de aprofundamento, com custo orçado em R$ 186 milhões (US$ 80,9 milhões). Outro montante, de R$ 32 milhões (US$ 13,9 milhões), será destinado ao derrocamento de duas pedras que restringem a navegação no estuário. E há mais R$ 7,2 milhões (US$ 3,1 milhões) para remoção dos destroços do navio grego Ais George, mantidos semisubmersos desde a década de 70.