02/07/09 10h06

Governo investirá em aeroportos para a Copa de 2014

Valor Econômico

A situação dos aeroportos brasileiros, uma das preocupações da Fifa para a realização da Copa do Mundo de 2014, foi definida pelo governo como principal foco de investimento público na preparação do evento futebolístico. Onze dos 14 aeroportos das cidades-sede já esgotaram o uso de sua capacidade ou estão à beira da saturação. Em Cuiabá, o movimento no ano passado foi mais que o dobro da capacidade instalada, estimada em 580 mil passageiros por ano. Os terminais de Guarulhos e Brasília operaram com 23% e 41%, respectivamente, acima da capacidade em 2008.

O Executivo pretende fazer um levantamento minucioso da situação dos aeroportos localizados nas 12 cidades. De acordo com um dos envolvidos no tema, os recursos para as obras serão de total responsabilidade da União, com recursos oriundos do Orçamento. O governo também quer iniciar conversas com as companhias aéreas, em busca de avaliações sobre a atual malha e possíveis alterações necessárias. Hoje apenas São Paulo e Brasília têm voos diretos a todas as demais sedes da Copa, o que pode criar dificuldades à locomoção de torcedores. Mas esse é considerado um problema menor, pois mudanças na malha viária podem ser feitas em caráter temporário, para reforçar a ligação entre as cidades-sede durante o Mundial.

Além da questão aeroportuária, o comitê interministerial pretende concluir um levantamento ponto a ponto de todas as carências ainda existentes no país. Será reiterado que a construção de estádios mais modernos - as chamadas arenas multiuso -, bem como as reformas nos complexos já existentes, ficará totalmente sob responsabilidade da iniciativa privada. Os empresários brasileiros também ficarão responsáveis pela ampliação da rede hoteleira brasileira e pelas obras de acesso aos estádios, como ampliação dos estacionamentos. A participação da União, nesses casos, ficará restrita a financiamentos do Banco do Brasil ou BNDES, caso haja demanda dos empresários.

O governo também reestudou o PAC de mobilidade urbana para a Copa 2014 - a série de obras destinadas a favorecer o deslocamento das pessoas pelas cidades, envolvendo transporte viário, como ônibus, trens e metrôs. O cuidado do Executivo é não aprovar ideias que sejam práticas durante o evento e se transformem em algo inviável pós-evento. Um exemplo são os projetos de Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs).