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Governo já ampliou em US$ 8,4 bi oferta de crédito

Valor Econômico - 27/11/2008

Desde o aprofundamento da crise financeira global, o governo ampliou em R$ 19 bilhões (US$ 8,4 bilhões) a oferta de crédito para a criação de novas linhas de financiamento e antecipação de recursos usados para injetar liquidez no setor rural, informou ontem o Ministério da Fazenda. As ações adotadas pelo governo até aqui foram reforçadas ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) ao anunciar, em reunião ordinária, medidas adicionais de apoio a cooperativas, produtores familiares, cafeicultores e pecuaristas de leite. "Tomamos 28 medidas até agora e praticamente fechamos as ações de custeio para reduzir o impacto da crise", disse o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt. "Não são medidas suficientes, mas são as possíveis". Para estimular o uso de seguro de preços no setor, o conselho permitiu o financiamento do prêmio de aquisição de contratos de opção de venda em bolsas ("hedge") nas operações de custeio com fonte em depósitos de poupança rural. Isso já era possível nos custeios lastreados em depósitos à vista. O CMN também autorizou, em operações de financiamento da estocagem (EGF), troca do produto físico por títulos de venda da produção. "Isso dará mais liquidez ao produtor", disse Bittencourt. Para as cooperativas, o conselho permitiu concessão de até R$ 300 milhões (US$ 133,3 milhões) para capital de giro com recursos do programa de investimento do segmento (Prodecoop). Com prazo de dois anos, a linha terá juros de 6,75% e limite de R$ 10 milhões (US$ 4,4 milhões) por empresa. O CMN também ampliou o limite de crédito do Prodecoop de R$ 35 milhões (US$ 15,5 milhões) para até R$ 50 milhões (US$ 22,2 milhões) por cooperativa - as centrais terão o dobro desse recurso. Sob pressão dos movimentos sociais, o governo aprovou o refinanciamento das dívidas de produtores familiares com cooperativas de crédito nas safras 2002/2003 a 2005/2006. A nova linha terá R$ 8 milhões (US$ 3,5 milhões), juros de 3% ao ano e prazo de três anos. Para o investimento coletivo e custeio e comercialização, o CMN ratificou a taxa de 4% ao ano até o limite de R$ 10 milhões (US$ 4,4 milhões) por operação e R$ 18 mil (US$ 8 mil) por produtor. As cooperativas centrais terão novo limite de R$ 10 milhões (US$ 4,4 milhões) e as singulares, de R$ 2 milhões, (US$ 889 mil) para financiar novas operações.