31/10/08 15h35

Gran Sapore aposta em hotelaria hospitalar para fazer US$ 455 milhões

Gazeta Mercantil - 31/10/2008

  O empresário Daniel Rivas Mendez, uruguaio radicado há mais de 15 anos no Brasil e fundador da empresa de refeições coletivas Grand Sapore, está rindo à toa. Sua empresa desistiu de abrir capital a tempo de escapar da crise do mercado financeiro que vem trazendo dor de cabeças para os estreantes da bolsa. Mas, ainda assim, pôde contabilizar os ganhos com o processo de estruturação para a oferta pública de ações. "Hoje temos conselho de administração, somos auditados pela KPMG e sabemos que o mercado vai voltar mais seletivo, em busca de empresas com mais confiabilidade", afirma Mendez. A empresa começou a preparar-se para abrir capital em 2003, quando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) adquiriu 20% de seu capital. E Mendez ainda não deixou para trás seu planos de ter a primeira empresa de refeições coletivas brasileira, segunda maior do mercado nacional - atrás apenas da GRSA, da multinacional Compass - no mercado de capitais. Por enquanto, em momentos de adaptação, o empresário mantém a estratégia de crescimento em busca do R$ 1 bilhão (US$ 455 milhões) de faturamento para 2009. "Vamos crescer quase 30% este ano e atingir um faturamento da ordem de R$ 840 milhões (US$ 382 milhões) só com alimentação", diz Mendez, ressaltando que o ano foi difícil para o setor de refeições coletivas devido a alta das commodities e até falta de produtos. A Gran Sapore fechou contrato com mais de 137 novos clientes neste ano. A empresa também está expandindo em outros países da América Latina. Mas o segmento de negócios que está chamando a atenção de Mendez é a hotelaria hospitalar. A empresa já atende hospitais no Rio de Janeiro, como o Copa D'or, Tijutrauma e Balbino. E assinou contrato para gerenciar a hotelaria do hospital da Unimed, em construção na cidade de Campos (RJ). Há cerca de um ano, assumiu também o Hospital 9 de Julho, em São Paulo, onde é responsável por servir até 2,5 mil refeições por dia. Esse segmento ainda representa uma parcela pequena do faturamento da empresa, mas segundo Mendez, pode chegar a 10% ou 15% em um curto período. Isso porque a Gran Sapore só atua com serviço de hotelaria diferenciado. Esse segmento tem sido alvo de disputa entre empresas do setor. O Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, por exemplo, é gerenciado pela GRSA. Já o Hospital São Luiz conta com os serviços do Grupo Chieko Aoki.