21/11/07 11h14

Grandes grupos lideram a expansão dos canaviais

O Estado de S. Paulo - 21/11/2007

O potencial para expansão da produção de açúcar e álcool no País, aliado ao crescimento na demanda mundial por energia de fontes alternativas, deu novo dinamismo ao agronegócio brasileiro. Grandes grupos estão sendo atraídos para o setor sucroalcooleiro de olho, não só na produção do açúcar e do álcool, mas na possibilidade de agregar a esses insumos a produção de biocombustível e de bioeletricidade. O grupo Odebrecht escolheu o Pontal do Paranapanema, extremo oeste de São Paulo, para criar seu pólo sucroalcooleiro. A região ficou conhecida pelos conflitos de terras, mas isso não inibiu a empresa: os investimentos podem chegar a R$ 3 bilhões (US$ 1,72 bilhão). O plano da Odebrecht é estar entre os maiores grupos do setor no País em cinco anos. Para isso, adquiriu uma usina tradicional na região, a Alcídia, em Euclides da Cunha Paulista, e outra em obras, a Conquista do Pontal, em Teodoro Sampaio, e planeja a construção da terceira unidade em Presidente Epitácio. No futuro, a Odebrecht deve investir em Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas. O projeto de uma usina em Rio Brilhante (MS) está em andamento. A Odebrecht é uma das empresas que devem ser atendidas pelo álcoolduto que interligará as regiões produtoras ao terminal da Petrobrás em Paulínia (SP) e ao porto Paranaguá (PR). A expectativa é a de que, em dez anos, o setor sucroalcooleiro represente até 25% do faturamento do grupo. O secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio, acredita que os investimentos contribuirão para o desenvolvimento do Pontal. Ele diz que a renovação dos canaviais, à razão de 20% ao ano, deverá estimular também a produção de grãos. A Companhia de Energia Renovável (Cerona) optou por Mato Grosso do Sul para investir. Um de seus diferenciais será a geração de eletricidade a partir do bagaço da cana e do eucalipto. O grupo recém-formado vai investir R$ 1,5 bilhão (US$ 862 milhões) no projeto, que prevê a construção de duas usinas em Nova Andradina e Bataíporã. Na entressafra da cana, as fornalhas serão abastecidas com um mix de bagaço, palha e cavaco de eucalipto. A Cerona é formada pela Brazilian Energy Partners (BEP), um fundo americano, especializado em energia renovável, que detém 95% da empresa.