06/05/08 11h17

Grau de investimento dará impulso extra para a energia

DCI - 06/05/2008

As regras bem definidas do marco regulatório no setor elétrico podem torná-lo o mais atrativo para recursos de fundos de pensão internacionais, após a obtenção do novo grau de investimento. A tese é defendida em um estudo do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GESEL/UFRJ) que investiga os impactos do investment grade na economia brasileira, a ser divulgado nesta semana. Para o professor Nivalde J. de Castro, co-autor do estudo, o menor volume de recursos externos em infra-estrutura do setor elétrico no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2007, registrado pela Associação Brasileira de Infra-estrutura e Indústria de Base (Abdib), não é um mau sinal. "As empresas têm conseguido melhores condições de financiamento interno para investir em infra-estrutura.", afirma o especialista. O estudo revela que o setor elétrico deve receber um volume maior de investimentos externos nos próximos meses por conta da elevação no nível de confiança, associada a um modelo bem definido de regras para leilões e concessões. "Estes dois fatores, combinados com o grande potencial brasileiro de geração de energia, tornam o cenário previsto para o setor elétrico dos mais promissores", diz Castro. Segundo a pesquisa, as conseqüências imediatas do novo grau de investimento para a área de energia elétrica são três: melhores condições de financiamento (queda da taxa de juros), maior oferta de capital de empréstimo e a aceitação, por parte de investidores, de menores taxas de retorno - por conta do clima de confiança. Para os autores do estudo, isto significa maior oferta com menos custo. "Essa vantagem pode ser vista em uma maior competição nos leilões. Com investidores menos exigentes em termo de lucros, haverá mais deságio e, assim, menores taxas a serem pagas pelos consumidores finais", diz Castro, que realizou o estudo em parceria com o professor Roberto Brandão.