09/05/11 14h14

Grupo alemão tem desafio de diversificar o portfólio

Valor Econômico

A construção de um complexo acrílico em Camaçari (BA) está inserida na estratégia global da alemã Basf de procurar novas oportunidades na área química. Segundo afirmou ao Valor o presidente da empresa na América do Sul, Alfred Hackenberger, a multinacional deseja diversificar sua atuação, para fazer com que os negócios sejam menos suscetíveis aos ciclos econômicos.

No início da semana passada, o presidente executivo da companhia, Kurt Bock, citou os setores de saúde, alimentação e biotecnologia como importantes para essa estratégia, justamente por serem setores menos sensíveis às variações econômicas, dependentes de uma demanda mais estável. A aquisição global da também alemã Cognis, no ano passado, esteve em linha com essa ideia, que tem sido adotada ainda por algumas concorrentes da Basf, como a DuPont, que está fazendo uma oferta pela fabricante de ingredientes alimentícios, Danisco.

Entre os novos investimentos programados pela multinacional para o Brasil, no entanto, ainda não estão incluídos muitas iniciativas nesses setores. Os planos da companhia apontam para a construção de uma nova fábrica de tintas em Guaratinguetá (SP), cujos investimentos somarão US$ 30 milhões. Na mesma cidade, outra aposta da companhia é a primeira fábrica de metilato de sódio do grupo na América Latina, a ser concluída até o fim deste ano. O insumo é um catalisador para a produção de biodiesel e o investimento - de cerca de US$ 25 milhões - será marcado por uma nova tecnologia, mais eficiente em energia.

"No Brasil, nossos investimentos também já estão em linha (com a estratégia global). O setor de agronegócios da subsidiária é muito forte", ponderou o executivo. Mas, o segmento de biotecnologia industrial, que abrange as áreas da saúde e alimentação, ainda está no âmbito da hipótese na empresa no país. "Estamos vendo oportunidades", afirmou, enfatizando que enxerga um forte potencial para a área. Outro segmento que está no radar do executivo é o de químicos para a exploração mineral, que deve ser estimulado pelo pré-sal.

Com faturamento de € 3,8 bilhões, a América do Sul representa 6% dos resultados globais da Basf. No Brasil, a multinacional acumulou faturamento de € 2,3 bilhões no ano passado, ante os € 1,9 bilhão de 2009. Para 2011, Hackenberger prevê avanço de 5% a 10% nos resultados do país.