Grupo Cosan está de olho nos postos da Petrosul

Valor Econômico

O grupo Cosan está de olho nos ativos da distribuidora de combustíveis Petrosul, com atuação concentrada, sobretudo, no Estado de São Paulo. A informação foi confirmada pelo empresário Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do conselho da companhia. As negociações ainda estão em andamento. Maior companhia global de açúcar e álcool, a Cosan tornou-se desde o ano passado uma das maiores distribuidoras de combustíveis do país, com a aquisição dos ativos da Esso no Brasil, que pertenciam à companhia petrolífera ExxonMobil.

A rede de postos da Petrosul é considerada pequena para os padrões de aquisições da gigante Cosan. São cerca de 40 postos, que têm o foco em etanol. A Petrosul tem sede em Sorocaba, no interior de São Paulo, e está tentando se desfazer de seus ativos já há alguns meses. A empresa está presente em sete Estados, mas boa parte dos postos está concentrada em São Paulo. O Estado é o maior consumidor de combustíveis do país. A produção de álcool combustível também está centralizada em São Paulo. Se o negócio for fechado, as bandeiras Petrosul deverão ser incorporadas à Esso. Com cerca de 1.500 postos de combustíveis em 20 Estados, a Cosan já está promovendo a melhoria da imagem da Esso na rede de postos.

Segundo Alísio Vaz, diretor do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), a expansão das grandes companhias distribuidoras de combustíveis no país tem ocorrido de duas formas. "Ou as empresas maiores compram redes menores ou avançam sobre os postos de bandeira branca. A tendência é essa", afirmou. "Essa aquisição [da Petrosul pela Cosan] mostra que o mercado está aquecido."

A grande última aquisição nesse segmento foi protagonizada pela própria Cosan. A empresa adquiriu no ano passado a Esso, marcando a entrada da companhia no setor de distribuição de combustíveis. Desde março, a Esso passou a ser denominada Cosan Combustíveis Lubrificantes (CCL). Marcos Lutz, principal executivo da Cosan, afirmou ao Valor que a empresa que dirige quer expandir seus negócios por meio de aquisições.

O movimento de concentração no setor de distribuição de combustíveis no país foi muito forte nos anos 70 e continuou firme até os anos 90. Nos últimos meses, voltou a ficar movimentado, com o avanço de grupos nacionais nessa área - a aquisição da Esso pela Cosan, da Texaco pelo grupo Ultra e da Repsol pelo Alesat. A expectativa é de que o avanço das companhias seja por meio de aquisições de empresas de médio e pequeno portes. O mercado de combustíveis no Brasil movimenta entre 40 bilhões a 45 bilhões de litros (álcool e gasolina) por ano.