05/08/09 11h25

Grupo indiano prospecta setor de açúcar no Brasil

Valor Econômico

A companhia Shree Renuka Sugars, uma das maiores refinadoras de açúcar da Índia, quer fazer investimentos em usinas de açúcar no Brasil e também está à procura de parcerias para a compra do produto no país. A empresa contratou o banco Morgan Stanley para assessorá-la nessas operações no Brasil, apurou o Valor.

A companhia dispõe de US$ 100 milhões, levantados no mercado, para a compra de ativos no Brasil e para financiar os contratos de longo prazo para compra de açúcar. Há duas semanas, o executivo Narendra Murkumbi, vice-presidente do grupo, reuniu-se com as principais companhias sucroalcooleiras do país, entre elas Copersucar, Cosan, Moema e Açúcar Guarani, controlada pelo grupo francês Tereos, além de tradings.

O grupo quer originar açúcar do Brasil para levar para Índia, que registra forte queda da produção. "Interessa a eles se unir a uma usina de açúcar no Brasil para garantir o produto", afirmou uma fonte que se reuniu com o grupo. A intenção da empresa é firmar contratos de longo prazo para a compra de açúcar brasileiro.

Aproximar-se das usinas brasileiras é estratégico para companhias indianas neste momento. Primeiro, porque a Índia vai registrar, pela segunda safra consecutiva, forte queda de sua produção de cana por conta da escassez de chuvas sobre as principais regiões de cultivo. E também porque o país tem interesse em produzir álcool combustível.

No início deste ano, outra empresa indiana, a Bajaj Hindusthan, informou que tinha interesse em investir no Brasil. Em entrevista em fevereiro ao Valor, o CEO do grupo, Rakesh Bhartia, afirmou que a decisão de negócio seria tomada depois da crise financeira global.