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Grupo Nitro procura sócio para operar no Brasil

Valor Econômico - 20/08/2007

Há fundos de private equity e de venture capital procurando empresas brasileiras para investir. A novidade é que o perfil de investimentos mudou e os alvos agora são as marcas, especialmente dos setores de alimentação e de cosméticos. O diagnóstico é de Cris Nurko, vice-presidente do Nitro Group, que prepara sua aterrisagem no Brasil ainda neste ano. "Temos recebido demanda de fundos, especialmente europeus e norte-americanos, que querem investir em marcas brasileiras para torná-las globais", afirma. Segundo ele, já há dois casos concretos: uma empresa européia que pediu a Nitro que encontre uma fábrica de cosméticos para vendas no varejo, e uma empresa asiática que quer se associar a fabricante de equipamentos esportivos. "Esses exemplos mostram que a publicidade é apenas uma parte do trabalho", diz o executivo. Foi essa demanda que fez a Nitro acelerar o passo para fincar sua bandeira aqui. O grupo dispõe, segundo Nurko, de algo entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões para compras ou associação com empresas brasileiras e desde maio procura agências de comunicação com faturamento médio anual na casa dos US$ 10 milhões e com reconhecida competência em marketing digital. A procura é por uma empresa 100% nacional. A expectativa é iniciar a operação brasileira ainda neste ano. "Tanto podemos comprar o controle, como podemos nos associar e a participação nessa sociedade não precisa ser majoritária", diz o executivo. Ele acredita que dentro de três anos, a operação brasileira terá alcançado faturamento entre US$ 25 milhões e US$ 40 milhões. Cris Nurko explica que a discrepância entre um número e outro nesta previsão deve-se ao tipo de negócios que o grupo atrairá no Brasil. "Se tivermos uma carteira com mais consultoria que trabalhos de comunicação, chegaremos rapidamente aos US$ 40 milhões", diz. O Nitro quer repetir aqui o mesmo modelo de negócio que fez com que, em apenas cinco anos, a receita anual chegasse a US$ 400 milhões - a previsão é dobrar esse número e encerrar 2007 com faturamento de US$ 800 milhões.