06/08/09 10h06

Henkel cresce apenas na América Latina

Valor Econômico

No segundo trimestre do ano, a América Latina se destacou no balanço da multinacional alemã Henkel, fabricante de adesivos industriais e das colas Super Bonder e Tenaz, entre outros produtos. A região elevou as receitas, enquanto Europa, América do Norte e Ásia Pacífico reduziram vendas. O crescimento na América Latina, de abril a junho, foi de 3,8% e a receita chegou a € 210 milhões, graças a uma combinação de maior volume comercializado com aumento de preços. No total, as vendas da companhia diminuíram 5% em relação a igual período do ano passado, para € 3,48 bilhões.

Quando consideradas as vendas orgânicas, ou seja, a conta sem os efeitos de flutuações do câmbio ou de aquisições, a operação latino-americana também foi bem: cresceu 3,9%, contra quedas nas outras partes do mundo que chegaram, no caso da Ásia, por exemplo, a 10,2%. Frank Liesner, diretor financeiro da Henkel na América Latina, afirma que o Brasil contribui para o maior resultado na região, mas não divulga quanto. Aqui, como no resto do mundo, os produtos de maior peso nos resultados da companhia são as colas para indústria.

Com a desaceleração da produção industrial em todo o mundo, as vendas orgânicas nesse segmento caíram 15,4% no segundo trimestre. Na América Latina, contudo, houve crescimento. "No Brasil, especificamente, a redução do IPI feita pelo governo impulsionou as vendas para a indústria automobilística", afirma Liesner. Adesivos para embalagens alimentícias também apresentaram bom resultado, diz. No país, a Henkel também atua no segmento de cosméticos, com linhas unicamente para uso profissional. No resto do mundo, ela opera também uma divisão de produtos de limpeza.

Em 2008, o Brasil gerou à Henkel uma receita de cerca de € 300 milhões - a América Latina toda gerou perto de € 700 milhões e a companhia, €14,13 bilhões. Por aqui, a Henkel deve fechar neste ano as fábricas de Boituva e Jacareí e transferir a produção para as unidades em Itapevi e Jundiaí - todas cidades em São Paulo. Até o fim deste ano, afirma Liesner, a multinacional também vai terminar de substituir o tolueno, substância que pode causar dependência química e efeitos tóxicos severos, em todas as fórmulas de cola que ainda contêm o produto, dentro do Brasil.