13/08/12 10h38

Henkel terá fábrica de poliuretano em Jundiaí

Valor Econômico

A alemã Henkel vai investir cerca de R$ 30 milhões em uma fábrica de poliuretano (PU) em seu complexo industrial em Jundiaí (SP). A unidade deverá entrar em operação no primeiro trimestre de 2013, disse ao Valor Julio Muñoz Kampff, presidente da companhia para o Mercosul e responsável pelas operações do Brasil.
 
A construção de uma fábrica exclusiva de poliuretano em Jundiaí tem o objetivo de expandir substancialmente a produção desse insumo químico, consumido pela empresa para a produção de adesivos. O PU é uma matérias-primas para a produção de adesivos (hotmelt) - utilizados na produção de embalagens flexíveis para alimentos, segmento que está em expansão no país. A empresa já tem uma pequena produção desse insumo em Jundiaí e compra o restante de terceiros.
 
Esse investimento da Henkel no país é o segundo maior aporte global do negócio de adesivos da empresa no ano de 2012, atrás da China. A subsidiária brasileira é a quarta maior em receita do grupo alemão, disse Kampff.
 
No ano passado, a empresa faturou R$ 826 milhões (ou € 360 milhões) no Brasil. Para este ano, a expectativa de crescimento é de 9% a 11%, afirmou o executivo. "Nos últimos cinco anos, o Brasil apresentou um crescimento de 71% em termos nominais", afirmou o executivo. A América Latina foi a região onde a Henkel mais cresceu no ano passado, com aumento orgânico de vendas de 11%. No segundo trimestre, a região registrou expansão de 7,9%, que representa um faturamento de € 270 milhões.
 
Mais conhecida pela produção das colas Pritt e Super Bonder, a Henkel, fundada em 1876, e presente no Brasil há 57 anos, atua no país nas áreas de adesivos, selantes, tratamento de superfícies e cosmética capilar. A empresa tem planos de produzir essa linha capilar no Brasil, mas não há nada definido ainda neste sentido para este ano. Para atender ao mercado nacional, a Henkel importa essa linha de produtos capilares de suas unidades produtoras da Colômbia e Alemanha.
 
A expansão do segmento de embalagens flexíveis para indústria alimentícia também está incentivando a italiana Coim a fazer um aporte de R$ 10 milhões para ampliar a sua fábrica, instalada em Vinhedo (SP). Segundo José Paulo Victorio, principal executivo da companhia no país, a empresa produz adesivos para embalagens flexíveis poliuretânicos.
 
Os investimentos na expansão da fábrica, que começam ainda este mês, vão tornar a unidade uma das maiores da América Latina. O executivo não informou a capacidade de produção da fábrica nacional.
 
Com faturamento global em torno de € 1 bilhão, a empresa planeja uma nova expansão nos próximos três anos. Fundada em 1962, a Coim é especializada em policondensação (éster), poliadição (poliuretanos) e outras especialidades químicas.
 
São poucas as empresas químicas que estão em fase de expansão no país, considerando a desaceleração da economia e um cenário macroeconômico mais pessimista no curto e médio prazos.
 
A Henkel e a Coim informam que estão adotando práticas sustentáveis de produção. A alemã investe 3% do seu faturamento global total em inovação e pesquisa e desenvolvimento A Henkel, por exemplo, traçou metas até 2030 de utilizar apenas um terço dos insumos atuais e já economiza no consumo de água e energia elétrica.