18/07/12 14h09

Honda prepara o terreno para o novo compacto popular Brio

Brasil Econômico

Um novo carro da Honda está no forno brasileiro. Depois de levar parte da produção do sedã City para a Argentina, a montadora japonesa se prepara para produzir um novo modelo emsua fábrica na cidade de Sumaré, no interior de São Paulo. O espaço aberto dentro da linha de produção pode receber o compacto Brio, previsto para ser lançado no próximo ano.No local, a Honda hoje monta os sedãs Civic e City e o monovolume Fit.

A fábrica de automóveis na Argentina faz parte da estratégia da Honda para a América do Sul e desde o início de sua construção já era previsto o compartilhamento  de produção entre as unidades. Lá a montadora investiu cerca de US$ 250 milhões. “A Honda também informa que não haverá alteração na produção total da planta de Sumaré (SP). A perspectiva da empresa é fabricar cerca de 138 mil automóveis no Brasil até o final de 2012”, diz o comunicado.

Segundo o presidente do sindicato dos metalúrgicos de Campinas e região, Jair dos Santos, a montadora já está desenvolvendo o Brio, que deverá ser apresentado no ano que vem. Hoje, a produção diária em Sumaré é de 620 unidades e a expectativa  é que este mês o volume alcance 700 carros/dia. “Este ano vamos continuar a produzir o Civic e o Fit no Brasil.Há mercado no país para absorver a produção maior desses modelos.Em 2013, vamos negociar um novo carro”, disse.

Durante o salão do automóvel de Tóquio em 2011, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito já havia anunciado a intenção de levar o Brio para mercados emergentes. O compacto já é vendido na Índia e na Tailândia. “É um modelo que faz sucesso nesses mercados. Mas acredito que no Brasil teremos que fazer algumas adaptações. O tamanho do porta-malas, por exemplo, é um limitador”, disse Ito na época.

Para o consultor automotivo e ex-presidente da Ford, Luiz Carlos Mello, a Honda segue a tendência de outras montadoras instaladas no Mercosul. “Ter duas fábricas na região é uma forma de complementar a linha. Não faz sentido produzir o mesmo carro em duas fábricas diferentes. Isso é estratégia de mercado”, ponderou.

Segundo Mello, os japoneses olham o mercado brasileiro de forma projetada, por isso, a demora em se lançarem em um segmento popular no país. “Os orientais trabalham com o tempo como aliado. Eles primeiro se consolidam e depois entram em outro negócio. Eles não gostam de perder dinheiro”, afirmou. A Honda, das três japonesas no país, é a que mais segue a filosofia oriental. Toyota lança o seu compacto até outubro e a Nissan já briga no segmento de popular com o March, importado do México.