24/03/10 10h58

Hotel para alta renda deve faturar mais no Brasil

Valor Econômico

O mercado de hotéis de luxo, que reúne bandeiras como Copacabana Palace e Fasano no Brasil, ou o Grand Hotel Quisisana em Capri (Itália), busca neste ano recuperar parte das perdas provocadas pela crise financeira. No ano passado, o faturamento de 450 hotéis de luxo pertencentes à associação The Leading Hotels of the World ficou em US$ 486 milhões, ou 30% a menos do que em 2008. Em 30 anos no mercado, o presidente da Leading Hotels, Theodore Teng, afirma nunca ter visto uma queda dessa magnitude no segmento de luxo.

Teng estima que a receita mundial possa aumentar 15%, impulsionada pelo desempenho de países como o Brasil, que já está entre os dez maiores mercados mundiais para a organização e deverá ter expansão de 10% este ano, projeta Teng, que conhece o Brasil e a América do Sul pela primeira vez. "Durante a crise, fomos em direção oposta a de flexibilizar os critérios para a entrada na associação. Deixamos o padrão ainda mais alto", afirma Teng, que concedeu entrevista na suíte presidencial do Hotel Tivoli São Paulo - Mofarrej, com 750 metros quadrados e diária a R$ 21 mil (US$ 11,7 mil). O empreendimento é uma das sete bandeiras brasileiras que integram a Leading Hotels.

Alguns hotéis da Leading Hotels tiveram de reduzir o preço de suas diárias para poder atravessar a crise, conta Teng. Segundo ele, no entanto, essa é uma decisão individual. A associação, acrescenta ele, não exerce nenhuma influência nesse tipo de medida. O preço médio das diárias nos hotéis da Leading Hotels passou de US$ 386 para US$ 417 na comparação de janeiro a abril com o quadrimestre subsequente.

Os sete hotéis do Brasil tiveram faturamento de US$ 22 milhões no ano passado. Apesar de representar uma queda de 13% em relação a 2008, esse foi um dos melhores resultados mundiais para a associação. O presidente da Leading Hotels do Brasil, João Annibale, afirma que a receita poderá alcançar US$ 25 milhões em 2010. "Os brasileiros salvaram o verão da Ilha de Capri (Itália). Esse é apenas um exemplo de como o mercado brasileiro se tornou importante para nós", afirma Teng. De acordo com o executivo, de origem chinesa, mas criado nos Estados Unidos, os turistas brasileiros já são o segundo maior público que se hospeda em hotéis de luxo na França. Perdem apenas para os americanos.

Por ano, a associação recebe até 60 pedidos de hotéis que querem fazer parte da entidade, mas só em torno de 25 conseguem. O processo de inspeção e avaliação engloba cerca de 800 itens. A cada 18 meses é feita uma reavaliação para que o empreendimento possa adotar o selo Leading Hotels.