14/11/08 16h18

Hypermarcas quer vender mais durante a crise

Valor Econômico - 14/11/2008

A Hypermarcas, que neste ano abriu seu capital e comprou quatro empresas (Niasi, Farmasa, Bozzano e NY Looks), vê uma boa oportunidade de crescimento para a empresa diante do ambiente de restrição do crédito e crise financeira. "Podemos nos beneficiar dessa situação porque a renda disponível para compra de bens de consumo deve aumentar", afirmou o presidente da empresa, Claudio Bergamo. A companhia, dona de marcas como Doril, Etti, Avanço, Monange, Mat Inset, Zero Cal, Denorex e Maracujina, apresentou o balanço do último trimestre, no qual teve receita líquida de R$ 378,2 milhões (US$ 164,4 milhões), contra R$ 287,8 milhões (US$ 125,1 milhões) do mesmo período de 2007. Desconsiderando as aquisições feitas do ano passado até agora, o crescimento de vendas foi semelhante, na casa dos 7%. "Com relação às aquisições, vamos nos acalmar em 2009 para consolidar os negócios que já tempos", afirmou o executivo. "Só vamos fazer alguma compra se aparecer alguma oportunidade muito boa", afirmou. O próximo ano, segundo ele, será bom para isso uma vez que, com a falta de crédito, o consumidor deve deixar de gastar com bens duráveis, de maior valor agregado e pagos em parcelas, e direcionar esse dinheiro para itens de consumo diário. "Não dependemos de crédito, mas sim da renda. O ano só será ruim se a crise afetar o ganho dos trabalhadores e o emprego, o que não prevemos agora", declarou. Até o varejo, segundo ele, irá dar preferência para produtos de giro mais rápido, como são, segundo ele, os da Hypermarcas. "Os produtos da empresa custam entre R$ 3 (US$ 1,3) e R$ 5 (US$ 2,2) em média. Nosso posicionamento é o de ter qualidade tão boa quanto a das marcas líderes, mas com preço bem menor", explica. É por isso que, segundo a avaliação dele, as mercadorias da companhia não "esquentam prateleira." No entanto, a Hypermarcas poderá enfrentar dificuldades no campo financeiro, uma vez que 70% da dívida da companhia está em dólar. "Mas estamos totalmente protegidos quanto a isso porque nossas operações de hedge (proteção) estão acordadas entre R$ 1,97 e R$ 1,98 por dólar. Além disso, a Hypermarcas não tem nenhum tipo de derivativo financeiro. Todos os nossos disponíveis estão aplicados em bancos de primeira linha e em títulos do governo federal atrelados ao CDI", afirmou o executivo.