11/05/10 11h52

Hypermarcas tem quase US$ 1,1 bi para aquisições

Valor Econômico

A Hypermarcas nunca teve tantos recursos em caixa para investir em novas aquisições, e na integração e expansão de seus negócios, desde que a companhia abriu o seu capital, em 2008. A soma do montante disponível chega a quase R$ 1,9 bilhão (US$ 1,1 bilhão) - um valor que inclui o caixa da companhia (R$ 641,9 milhões/US$ 366,8 milhões) e o volume captado há um mês na emissão de ações, que atingiu R$ 1,23 bilhão (US$ 702,9 milhões). O fôlego financeiro da empresa passou a ser calculado ontem pelos analistas com a apresentação dos resultados do grupo no primeiro trimestre do ano. Com as expectativas positivas, as ações ON da Hypermarcas subiram 11% ontem.

Não è á toa que tem circulado informações no mercado a respeito de novas aquisições da empresa neste ano. Segundo fontes do setor, o próximo alvo são os ativos do grupo Bertin na área de higiene e beleza, além do recente interesse nas fraldas Johnson& Jonhson - negociação esta que teria esfriado nos últimos tempos. Segundo o Valor apurou, em relação ao grupo Bertin, o interesse principal está no portfólio de marcas da empresa, que inclui Phytoderm, Neutrox, Karina, Kolene e Francis.

Foram tantas operações recentes que a Hypermarcas já é hoje maior do que o grupo Unilever no Brasil em número de marcas. Desde a abertura de capital da empresa, foram aplicados cerca de R$ 4,8 bilhões (US$ 2,74 bilhões) na compra de ativos e há 135 marcas dentro do grupo. Jontex, Pom Pom, Niasi e Bozzano são algumas delas. Desse total, uma centena são consideradas "top brands", com alto potencial de crescimento. De janeiro a março, a Hypermarcas registrou alta de 71% na receita líquida, que atingiu R$ 656,8 milhões (US$ 375,3 milhões). Os ativos adquiridos em 2009 contribuíram com uma alta de 46% na receita do intervalo.

Uma empresa desse tamanho exigiu que a empresa criasse um modelo de integração das operações adquiridas. Dados publicados pelo grupo em fevereiro, e atualizados ontem, mostram que, das dezesseis empresas adquiridas desde 2007, nove ainda estão na primeira fase de integração. Ali é dado o pontapé inicial da fusão, com ganhos mínimos de sinergia. Na fase dois, em que ocorrem ajustes operacionais, estão apenas três empresas e outras quatro estão na última etapa da união de ativos - que inclui lançamentos e remodelagem de linhas de produtos.