12/12/12 11h27

IBGE coloca Campinas na liderança do terceiro setor

Correio Popular

Campinas lidera o chamado terceiro setor entre as cidades do Interior do Brasil. São 1.715 fundações privadas e associações sem fins lucrativos que empregam 34.907 pessoas pagando salários e outras remunerações no valor de R$ 969,3 milhões (US$ 461,6 milhões). Elas representam 41% do total de entidades públicas e privadas, lucrativas e não lucrativas, existentes em Campinas e que compunham o Cadastro Central de Empresas (Cem- Pre), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010. Em número de organizações não-governamentais (ONGs), a cidade só perde para capitais como São Paulo, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre. 

A classificação de Campinas como líder no Interior é resultado de um estudo divulgado pelo IBGE que mostra que, em relação a 2008, houve um crescimento de 5,2% no número de ONGs e de 25,8% no pessoal empregado no terceiro setor. São organizações que, conforme a instituição de pesquisa, têm em comum ser, ao mesmo tempo, voluntárias, autônomas e privadas, formadas por cidadãos que se reúnem livremente em torno de objetivos comuns. O estudo excluiu, por esse critério, as associações de cunho mercantil, as que sejam reguladas pelo governo ou as que tenham estrutura jurídica específica, que impossibilite a uma pessoa ou organização qualquer desempenhar essas atividades, como é o caso de partidos políticos, sindicatos, consórcios, entre outros.

As organizações religiosas são as de maior número entre as ONGs. Há, em Campinas, segundo o IBGE, 588 entidades — em 2008, elas somavam 507 entre ordens religiosas, templos, paróquias, pastorais, centros espíritas, ou seja, organizações que cultivam crenças religiosas e administram serviços religiosas ou rituais. A segunda em número são as entidades de cunho cultural e recreação (227) e de assistência social (205). Esse grande volume de entidades, segundo a presidente da Associação de Educação do Homem do Amanhã, a Guardinha, e presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Maria Helena Novaes Rodriguez, significa, historicamente, que a sociedade civil sempre esteve atenta às mazelas sociais, se organizou e construiu alternativas de assistência não apenas na área social, mas em todos os setores.

Mas há também um outro significado. O crescimento do terceiro setor, segundo ela, é também um atestado à incapacidade do poder público em atuar em algumas das questões essenciais. “A cidade sempre respondeu ao chamado, especialmente aqueles de ordem social”, disse. É por isso que, agora, as entidades se uniram para pressionar por maiores recursos na pasta da Assistência Social de Campinas. “Conseguimos o compromisso do prefeito eleito, Jonas Donizette (PSB), por escrito, de que haverá R$ 40 milhões (US$ 19,1 milhões) para a secretaria.


Região tem 3.416 ONGs que pagam em média R$ 2 mil (US$ 952,4)

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a Região Metropolitana de Campinas (RMC) tem 3.416 organizações não-governamentais (ONGs) que empregam 49.485 pessoas com salários de R$ 1,2 bilhão (US$ 571,4 milhões)  — média salarial mensal de R$ 2.152,00 (US$ 1024,8) . Depois de Campinas, Americana é a cidade com maior número de ONGs. São 289 entidades empregando 2.436 pessoas. A maioria dessas entidades é de cunho religoso. A influência religiosa, no entanto, é bem maior, conforme reconhece o IBGE, já que as instituições de origem religiosa que desenvolvem outras atividades e que têm personalidade jurídica própria — como, por exemplo, colégios e/ou hospitais católicos — estão classificadas nos grupos de organizações com atividades afins.