24/03/10 11h00

Incorporadoras travam disputa por lançamentos em São Paulo

DCI

De olho no disputado mercado imobiliário da capital paulista, que no início do ano apresentou alta de 35,5% nas vendas em relação a janeiro de 2009, as incorporadoras Rossi Residencial, Brookfield, Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário e Atua miram esforços na região e sinalizam queda-de-braço na compra de terrenos. Tanto que, de olho na retomada das vendas de imóveis de médio e alto padrão na capital paulista, a Rossi acaba de criar a regional paulistana, com foco na prospecção de imóveis e de terrenos para esses segmentos. A regional também cuidará de empreendimentos corporativos, como salas comerciais, área em que a Rossi pretende ser um pouco mais agressiva.

O executivo, que já comandava a expansão da Rossi no segmento econômico na capital, região metropolitana de São Paulo e no Vale do Paraíba, inicia a nova operação com uma equipe de 50 pessoas. "Ela terá o mesmo porte das outras regionais da companhia e atuará em paralelo à regional paulista, que se concentra no segmento econômico da capital em diversas regiões do estado [Grande ABC, Guarulhos, Diadema, Osasco, Vale do Paraíba e litoral]", diz Marcelo Dadian, diretor da regional paulistana da Rossi.

Com expectativa de um cenário otimista, a empresa definiu no terceiro trimestre lançar entre R$ 3,1 (US$ 1,7) e R$ 3,5 bilhões (US$ 1,9 bilhão) em 2010, e entre R$ 4,2 (US$ 2,3) e R$ 4,6 bilhões (US$ 2,6 bilhões) em 2011. A empresa tem em carteira um estoque de 136 terrenos para futuros lançamentos, distribuídos em 63 cidades brasileiras, e captou R$ 928,1 milhões (US$ 471,1 milhões) com a oferta primária de ações, em novembro, para investir na aquisição de novos terrenos e projetos. A companhia estima financiar seu crescimento nos próximos anos utilizando esses recursos.

Interessada em terrenos na capital e na região metropolitana, a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário acaba de anunciar a aquisição de um terreno em Cajamar (SP) com valor geral de vendas (VGV) potencial de R$ 133 milhões (US$ 73,9 milhões). O segmento econômico tem impulsionado as vendas da empresa, que também está intensificando a busca por terrenos na capital paulista. A incorporadora atua no segmento com a subsidiária HM Engenharia, e totaliza 6,3 mil unidades do programa até fevereiro, estimando chegar ao fim do ano com 20 mil unidades no programa. Segundo Henrique Bianco, presidente da HM Engenharia, a dificuldade em São Paulo é a obtenção de licença ambiental.

A subsidiária também vem obtendo sucesso na região de Campinas. Entregará um empreendimento de 230 unidades do "Minha Casa..." no próximo sábado, em Cosmópolis e tem outro projeto em construção, de 1,3 mil unidades. "Nossas vendas subiram 300 vezes com o 'Minha Casa...' e esperamos que ocorra a segunda fase do programa. Nossa velocidade de vendas em um empreendimento de 500 unidades, caiu de 8 meses para 90 dias", diz.

Outra incorporadora que tem planos de expansão no segmento econômico na Grande São Paulo é a Atua, braço de imóveis populares do grupo Yuni, que prevê 2,4 mil unidades lançadas, das quais 900 no "Minha Casa...". "Nós temos um banco de terrenos importante na região metropolitana e nosso próximo lançamento será em Taboão da Serra, em abril", afirma Hugo Louro, gerente de Incorporação da Atua Construtora. Entre julho de 2009 a março deste ano, a Atua lançou cinco projetos, a R$ 175 milhões (US$ 88,8 milhões). Neste fim de semana, a incorporadora anuncia um empreendimento de VGV de R$ 45 milhões (US$ 25 milhões) em Guarulhos. "Três empreendimentos já lançados estão completamente vendidos", disse.

A Brookfield, que prevê vender até R$ 3,3 bilhões (US$ 1,83 bilhões) este ano, anunciou que irá expandir sua atuação ao interior do Estado de São Paulo e à Região Sul.