25/11/10 11h11

INCTs têm primeira avaliação

Agência FAPESP

Coordenadores dos 122 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) se reuniram em Brasília nos dias 23 e 24 de novembro para fazer um balanço das ações desenvolvidas pelos institutos nos últimos dois anos. Participaram também pesquisadores, avaliadores e consultores, totalizando mais de 500 participantes. O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) é o responsável pela coordenação da avaliação. O Programa INCT foi lançado em dezembro de 2008 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com recursos de R$ 607 milhões (US$ 357,1 milhões) obtidos em parceria com as fundações de amparo à pesquisa estaduais.

A FAPESP financia 50% dos recursos destinados aos 44 institutos sediados no Estado de São Paulo. Responsável por R$ 113,4 milhões (US$ 66,7 milhões) do total de recursos investidos nos INCTs, a Fundação só fica atrás do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) - R$ 190 milhões (US$ 111,8 milhões) - entre as fontes financiadoras. Os projetos aprovados têm as características dos Projetos Temáticos da FAPESP - modalidade que se destina a apoiar propostas de pesquisa com objetivos suficientemente ousados, que justifiquem maior duração e maior número de pesquisadores participantes. Espalhados por todo o país, os INCTs funcionam de forma multicêntrica, sob a coordenação de uma instituição-sede que já tenha competência em determinada área de pesquisa - no caso paulista, vários dos INCTs foram integrados aos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da FAPESP.

De acordo com um dos participantes, José Carlos Maldonado, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do INCT em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), a avaliação geral é que os primeiros resultados da iniciativa já começaram a aparecer. "A avaliação foi muito positiva, considerando todos os institutos. No nosso caso, por exemplo, os 130 pesquisadores e doutores envolvidos com o INCT-SEC aprofundaram sua articulação com outros parceiros, o que constituiu uma base muito forte de competência na área de sistemas embarcados críticos. Além de muitos resultados tecnológicos e publicações, realizamos 12 cursos e temos mais de 300 alunos envolvidos", disse à Agência FAPESP.

No entanto, segundo Maldonado, a reunião mostrou que também existem dificuldades enfrentadas pelos INCTs, em especial na gestão das próprias redes e em aspectos legais da aplicação de recursos. "Essas dificuldades fazem parte do processo de aprendizagem inerente à implantação dos institutos. Isso é natural, porque se trata de um programa inovador, que mudou os paradigmas de relações estruturantes e de articulação das instituições científicas no Brasil", afirmou.