28/08/12 11h22

Indústria de adubo do Brasil prevê investir US$ 18,9 bi até 2017

Folha/Reuters

As indústrias brasileiras de fertilizantes deverão investir US$ 18,9 bilhões até 2017, contribuindo para reduzir a dependência do mercado externo, um salto se comparados aos US$ 13 bilhões anunciados no ano anterior, disse nesta segunda-feira (27) o diretor-executivo da associação que reúne a indústria.

"Isso tudo corresponde ao desejo e ao que as indústrias estão fazendo [para aumentar a oferta], são compromissos públicos", disse David Roquetti Filho, o diretor-executivo da Anda (Associação Nacional para a Difusão de Adubos), durante conferência de imprensa durante o 2º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, em São Paulo.

Com estes investimentos, a oferta da indústria de nutrientes em 2017 poderá chegar a 9,35 milhões de toneladas dos nutrientes nitrogênio, potássio e fósforo (NPK), ou cerca de 18 milhões de toneladas de fertilizantes.

Um volume de produção que, de acordo com a Anda, deverá ser suficiente para cobrir 63% da demanda brasileira, contra os 28% estimados em 2012.

Os números apresentados referem-se a projetos desde a fase de estudos de viabilidade econômica até próximos da fase de implantação, entre os da Petrobras, Copebras, Galvani, MBAC, e incluem ainda o projeto de potássio Rio Colorado, da Vale, na Argentina.

O diretor-executivo da Anda ressalta que dos US$ 88 bilhões em projetos previstos para até 2017 no mundo, um quinto deve ser realizado no Brasil, onde a demanda por fertilizantes é crescente, em torno de 6% ao ano, contra um ritmo anual de 6% no mundo.

O vice-presidente do conselho de administração da Anda, George Wagner Bonifácio e Sousa, ponderou que a despeito da perspectiva de incremento da oferta de fertilizantes, o Brasil ainda terá certa dependência do mercado externo.

"Mesmo com todos os investimentos, a curva de crescimento ainda aponta alguma dependência da importação", afirmou Sousa.

No caso do potássio, acrescentou, sem a Argentina o cenário pode ficar praticamente estável. Atualmente, o Brasil importa cerca de 90% de sua demanda anual.