05/03/10 11h30

Indústria de bebidas prevê crescer até 10% este ano

O Estado de S. Paulo

Depois de se salvar como um dos poucos segmentos da indústria a crescer em 2009, ano do tombo histórico de 7,4% da produção industrial do País diante da crise mundial, o setor de bebidas se prepara para superar o desempenho em 2010. O segmento de refrigerantes e bebidas não alcoólicas projeta crescimento em torno de 7% na produção e o de cervejas, 10%. Os planos de investimentos já somam cerca R$ 6 bilhões (US$ 3,3 bilhões) para este ano, apostando que o calor acima da média e a Copa do Mundo vão puxar as vendas.

No ano passado, o setor cresceu 7,1% e começou bem 2010. Na produção industrial de janeiro, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor cresceu 8,1% em relação a dezembro. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cerveja (Sindicerv), se for confirmada a estimativa de que a produção ultrapassou 10,7 bilhões de litros em 2009, o País passará a Alemanha e assumirá o posto de quarto produtor mundial.

Para Ênio Rodrigues, superintendente executivo do Sindicerv, que congrega companhias como AmBev e Femsa, a continuidade da tendência de fortalecimento do mercado interno com o crescimento da renda e o calor recorde favorecem a manutenção da taxa de crescimento da produção de cerveja acima de 6% dos últimos cinco anos. Ele acrescenta que a Copa do Mundo deve manter em junho o nível das vendas, que costuma cair no inverno.

Para o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), Paulo Mozart, a renda e os fatores sazonais também impulsionam fabricantes de refrigerantes, bebidas gaseificadas com sabor, sucos e energéticos. O segmento faturou R$ 22,8 bilhões no ano passado (US$ 11,6 bilhões), 6,37% a mais do que em 2008. Só de refrigerantes, foram produzidos 14,34 bilhões de litros em 2009, um incremento de 1,35% em relação ao ano anterior. A Coca-Cola, que aumentou em 4% as vendas em 2009, já anunciou investimentos de R$ 2 bilhões (US$ 1,1 bilhão), mesmo montante anunciado ontem pela AmBev.