05/04/10 15h03

Indústria de brinquedos cresce 8% e fatura US$ 2,3 bi

Valor Econômico

A indústria de brinquedos faturou R$ 4,5 bilhões (US$ 2,3 bilhões) em 2009, com crescimento de quase 8% em relação a 2008. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), o resultado superou a expansão da indústria mundial, de 2,6%. "O Brasil passou a ter maior importância no contexto mundial. Na América Latina somos o último país que fabrica brinquedos: nos demais, a indústria está se enfraquecendo muito", diz o presidente da Abrinq, Synésio Batista. Apesar de ainda pequena - menos de 4% em 2009 - a participação brasileira no mercado mundial de brinquedos vem crescendo.

Parte do avanço no Brasil vem da aposta nas classes de menor renda. E, para lidar com a competição das importações chinesas, a indústria focou em brinquedos baratos, mas com um pouco mais de valor agregado. Em 2009, os lançamentos de produtos que vão até R$ 10 (US$ 5) representaram 16,3% do total de brinquedos lançados no ano, fatia menor do que os 18,5% verificados em 2008 nessa mesma classe de produtos. Já nos produtos que vão de R$ 21 (US$ 11) a R$ 30 (US$ 15), os lançamentos de 2009 representaram 20,3%, enquanto em 2008, 17,1%. A fatia dos brinquedos mais caros, acima dos R$ 100 (US$ 51), saiu dos 8,8% em 2008, para 9,6% no ano passado. "A alternativa funcionou", diz Batista. Os resultados positivos geraram aumento nas contratações. Em 2008, o setor contava com 16,4 mil funcionários, que avançaram para 21,9 mil no ano passado, quando surgiram 4 novas fábricas no país.

Foram destaque de crescimento de vendas em 2009 as bonecas e bonecos, com alta de 17,8%, além dos brinquedos de plástico, cujas vendas aumentaram em 31,4%. Por outro lado, houve uma redução nos lançamentos de novos brinquedos, que totalizaram 1,002 mil no ano passado, frente aos 1,245 mil no ano anterior. Para este ano, no entanto, a tendência, segundo o presidente da Abrinq, é mais lançamentos e avanços tecnológicos. Estão previstos 1,2 mil novos brinquedos, que custarão ao setor R$ 100 milhões (US$ 56 milhões) em investimentos. Além disso, mais R$ 50 milhões (US$ 28 milhões) serão investidos em aumento de produtividade, melhorias nas linhas de produção e implantação de novas máquinas. Em 2009, foram investidos R$ 112 milhões (US$ 56,9 milhões) na indústria.

A associação prevê um crescimento de 30 milhões de unidades produzidas no país em 2010, aumento de escala que colaborará para a redução de custos, gerando uma queda real de preços em torno de 3%, até o Dia das Crianças. O resultado de tudo isso será um faturamento estimado de R$ 5 bilhões (US$ 2,8 bilhões) na indústria de brinquedos em 2010, avanço de mais de 10% frente a 2009.

Quase metade das vendas (45%), no entanto, vem de produtos importados da China. Mas os fabricantes nacionais, que já veem comprando brinquedos chineses, vão reagir. "Vamos tomar deles um pedaço do mercado, que deve chegar a uns dez pontos percentuais", prevê Batista. A China, diz ele, enfrenta aumento nos preços das matérias-primas, nos custos da mão-de-obra e nos custos da adequação às normas internacionais.