04/08/09 11h39

Indústria de máquinas aposta no 2º semestre

DCI

A chegada do segundo semestre de 2009 poderá trazer um impulso extra aos fabricantes do setor de bens de capital no Brasil. Mesmo com a retração observada na primeira metade do ano, a melhora gradual do mercado já começa a ser sentida, segundo observou o diretor comercial da New Holland para a América Latina, Marco Borba. "Esses últimos anúncios do governo vão dar um impulso adicional. No segundo semestre estamos prevendo um crescimento em torno de 30% a 40% melhor do que o primeiro", afirmou o executivo.

Segundo Borba, a percepção é de que o ambiente está se tornado mais favorável para a volta dos investimentos no País, o que pode começar a reverter a retração de 40% que a empresa verificou no primeiro semestre do ano. "Há uma melhoria tanto na parte de prospecção como em negócios sendo fechados", afirmou o executivo, ressaltando que o mercado de construção civil e de infra-estrutura são os mais aquecidos no momento.

O ânimo do setor de máquinas e equipamentos, impactado positivamente com o recente pacote de incentivo do governo, também já foi anotado pelo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), divulgados no dia de ontem. Em junho, apesar da queda de 17,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado, foi anotada alta de 10,6% em relação ao mês imediatamente anterior. Mensalmente, o setor tem registrado sinais de melhora, com aumento do faturamento. Até o final do ano, caso o cenário positivo se confirme, o setor deve registrar queda de 14% ante 2008.

O desempenho positivo veio, principalmente, de segmentos ligados ao setor de petróleo e gás. O segmento de bombas e motobombas, por exemplo, apresentou crescimento de 12,1% no período. Já no de mecânica pesada, a alta foi de 19,8%. Para os próximos meses, a maior expectativa gira em torno da chegada real dos financiamentos do BNDES ao mercado. "As taxas [4,5% anual] atendem o financiamento compatível com nossos concorrentes de fora. Isso é inédito", afirmou o vice-presidente da Abimaq, Carlos Pastorizza. Além da taxa, os compradores terão, ainda, outros dez anos de financiamento, além de dois anos de carência.