01/04/09 10h46

Indústria do Brasil quer aproveitar acordos de livre comércio do Chile

Valor Econômico - 01/04/2009

Sem acordos de livre comércio com os países de maior economia, o Brasil procura aproveitar os mais de 40 tratados de livre comércio do vizinho Chile, onde, nesta semana, uma missão de representantes de quase 60 empresas negocia com empresários chilenos a venda de produtos brasileiros para o mercado local e para fabricação de mercadorias destinadas a países como México, Estados Unidos, Japão e membros da União Europeia. "Nossas exportações ao Chile cresceram 12% no ano passado e podem crescer mais neste ano", prevê o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.

Com os empresários irão representantes do BNDES, que mostrarão os mecanismos de financiamento do banco para comércio e para investimentos de empresas brasileiras, destinados à produção para exportação no Chile. O governo brasileiro quer, ainda, ampliar o acordo de serviços entre Brasil e Chile, para aumentar a atuação de empresas de arquitetura e engenharia, entre outras.

Em uma das reuniões preparatórias para a missão empresarial, o gerente de comércio exterior da equivalente chilena da Fiesp, Sociedade de Fomento Fabril (Sofofa), Hugo Baierlein Hermida, comentou aos brasileiros que o Chile tem um enorme mercado de exportações para produtos como móveis, calçados e tecidos, mas que "faltam produtos" para vender. Para a Fiesp, o interesse dos chilenos facilita a estratégia de industriais paulistas, de usar o país como plataforma de exportação, com partes e peças compradas do Brasil.

"Com o fracasso das negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), temos de buscar alternativas de mercados", comenta o diretor de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp, Ricardo Martins. Martins vê mercado para a indústria de alimentos preparados, que pretendem processar, no Chile, produtos de origem brasileira, para aproveitar acordos sanitários e de livre comércio firmados por aquele país com nações como o Japão.