01/07/09 10h44

Indústria paulista reduz estoques e aumenta vendas

Valor Econômico

O ajuste no excesso de estoques garantiu à indústria paulista de transformação um crescimento na produção de 0,9% em maio sobre abril, em termos ajustados. Conforme o Indicador do Nível de Atividade (INA), medido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), as vendas no período avançaram 7% e as horas trabalhadas na produção tiveram expansão de 3,8%, desconsiderando-se os fatores sazonais.

O diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, Paulo Francini, acredita que o movimento do indicador de vendas é justificado pela redução dos estoques indesejáveis. O desempenho também representa avanço frente à base bastante fraca de abril, quando as vendas recuaram 10,1% e a atividade cresceu 0,3%, em termos ajustados.

O resultado do mês contribuiu para reduzir o ritmo de queda da atividade industrial no acumulado deste ano, que era 14,6% até abril e ficou em 12,5% até maio na comparação com 2008. Esse é o pior resultado para o acumulado janeiro-maio desde 2003.

Francini avalia que os números do mês mostram uma trajetória de crescimento modesto perante a forte queda registrada desde outubro. Ele lembra, no entanto, que o percentual de crescimento da atividade sem ajuste sazonal foi importante (6,9%), se comparado à baixa de 1,4% verificada em abril.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) manteve-se em 79,5% em maio, número que se alinha ao de abril, quando ficou em 79,4%, com ajuste sazonal. Mesmo com a estabilidade, houve aumento de 3,8% nas horas trabalhadas na produção no período. Já os salários reais diminuíram 1,7% de abril para maio, especialmente por um ajuste de folha de pagamento, que tende a eliminar faixas mais altas de remuneração.

Setorialmente, a Fiesp destaca a evolução da atividade para a indústria de produtos químicos e petroquímicos, cuja produção cresceu 2,3% de abril para maio, com ajuste sazonal. As vendas no segmento subiram 9% e foram impulsionadas, segundo Francini, pela redução de estoques. A indústria de máquinas e equipamentos, porém, permanece em trajetória bastante negativa. O diretor da Fiesp acredita que as medidas do governo, que atendem especialmente ao setor nas facilidades de crédito e investimentos, podem reverter o sinal negativo.