01/10/10 13h02

Indústria prevê crescimento na produção

O Estado de S. Paulo – 01/10/10

Após três meses mornos, o indicador de produção prevista pela indústria para três meses deu um salto em setembro e atingiu o maior nível desde março deste ano, sinalizando uma nova aceleração da produção industrial no fim do ano, aponta a Sondagem da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os dados já descontam as influências sazonais, por isso essa aceleração da produção não está influenciada pelo Natal, período de maior atividade do ano.

Das 1.195 indústrias consultadas no mês passado, quase a metade delas (49,3%) pretende ampliar a produção em três meses, isto é, entre setembro e novembro. No mês passado, essa fatia estava em 43,7% e em março deste ano em 45,1%. "O terceiro trimestre começou fraco, mas os dados de setembro indicam uma aceleração, mas não explosiva", afirma o coordenador da Pesquisa, Aloisio Campelo. De acordo com a pesquisa, o aumento do ritmo de produção será puxado pelos bens duráveis. Nessa categoria estão a indústria automobilística e os fabricantes de eletrodomésticos da linha branca, que incluem geladeiras, fogões e lavadoras.

Na análise de Campelo, o quadro positivo traçado para a produção de bens duráveis leva em conta que, passada a Copa do Mundo e o período de redução de imposto (IPI) sobre veículos que ampliaram as vendas e o nível de endividamento das pessoas físicas, o consumidor estaria a partir de agora com o orçamento menos apertado, especialmente com a entrada do 13º salário. O economista faz essa observação com base nos resultados da sondagem do consumidor também realizada pela FGV.

Apesar de os empresários estarem otimistas em relação à produção para o período setembro/ novembro, a pesquisa mostra que a expansão da produção não deve ser acompanhada por um aumento proporcional do emprego. "A produção prevista para três meses está mais forte que a perspectiva de emprego para o período", diz ele. A sondagem mostra que 28,8% da empresas pretendem contratar entre setembro e novembro, a menor marca desde janeiro desde ano (26,5%). No mês passado, 30,6% planejavam contratar.